sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Mentalidade, eleição e poder

Nunca parei pra contar quantas vezes ouvi a frase "vou votar no Dudu porque ele ajudou a prorrogar a Zona Franca". Ou até mesmo a frase "Mazoca rouba, mas faz!". Ou até mesmo a mais infame de todas: "tô votando na Dilma porque ela prorrogou a Zona Franca e é amiga do Lula!". Pois é.

Em 18 anos de vida, cansei de ouvir frases assim. Minha mãe é um exemplo disso. Diz pra todo mundo que ama o Eduardo Braga, e que ele é o amor da vida dela. De brincadeira, claro. Mas ela diz que admira o Cadeirudo por causa da Zona Franca. Prefiro me manter calado e nem discutir, já que no entender dos maiores, nós, os mais jovens, somos considerados crianças.

Acontece que nós estamos crescendo. O poder de influência hoje está nas nossas mãos. Nossos pais conviveram com um Regime Militar que segregou algumas liberdades individuais sim, infelizmente. Temos uma herança política. Cabe a nós dizer se vamos torná-la bendita ou maldita. E quem mais vai usufruir disso serão os nossos filhos.

Temos que mudar a nossa mentalidade. Nossos pais também, por mais que seja difícil. Temos que parar de pensar que vamos votar em alguém só porque ele nos beneficiou e não beneficiou a outros. Braga ajudou a prorrogar a Zona Franca. Beleza. Mas e os investimentos em saneamento básico decente, em saúde, educação, etc? Melo "batalhou" pela prorrogação da Zona Franca. Beleza. Mas e a segurança pública (que tá uma bosta, inclusive)? Dilma prorrogou a ZFM? Beleza. Mas e as universidades públicas, que padecem de infraestrutura?

Temos que pensar no todo, e não só no nosso umbigo. Não posso votar em alguém só por que fez alguma coisa boa pelo meu Estado, mas deixou o país em ruínas. Não posso votar em alguém só por que fez alguma coisa boa pelo meu município, enquanto a infraestrutura dos demais municípios do Amazonas não tá boa. Deu pra entender o raciocínio.

Não tem mais necessidade de me alongar. Acho que a mensagem já foi bem passada. O poder de mudança tá nas nossas mãos. E é necessário mudar pra melhor. Vemos, todos os dias, que o Brasil não anda bem. Enquanto milhares padecem por falta de médicos (o Mais Médicos não deu certo, e tem muito médico fugindo pros EUA, com muita razão), a presidente da República sobe à tribuna da ONU e diz que as Nações Unidas devem "dialogar" com o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Acontece que não dá pra dialogar com terroristas. Ou você morre ou então você mata. Infelizmente, é a verdade. A primeira opção está em voga no Iraque, infelizmente. E com requinte de horror e crueldade.

Vamos mudar. Precisamos mudar. Precisamos reverter o quadro. 12 anos de PT não deram certo. Os impostos subiram, as universidades caíram, e nada mais funciona como funcionava antes. O país está totalmente aparelhado. Vamos mudar, e a nossa mudança deve ser nas urnas. Do contrário, não teremos um país decente pra deixar pros nossos filhos.

Lucas Vítor Sena

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Direito de resposta

Se você não sabe o que é isso, explico: suponhamos que O Estado de São Paulo publicou uma notícia que ataca diretamente, com toda a verdade possível, a campanha da presidente Dilma Rousseff. A presidente se sente ofendida e evoca na Justiça o seu direito de resposta à notícia veiculada pelo jornal, que deverá ser publicado no próprio jornal ou em tempo da campanha do adversário.

Pois foi justamente isso o que aconteceu hoje. Há alguns dias, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma notícia muito boa, que dizia que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), ou, simplesmente, Correios, abriu exceção pra distribuir panfletos da campanha de Dilma Rousseff à presidência da República. Hoje, a campanha de Dilma entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral para pedir direito de resposta, alegando que nada disso aconteceu, e etc e tal.

Pergunto: cadê a democracia? A democracia tão pregada nas aulas de Filosofia, Sociologia e História no Ensino Médio e nas nossas aulas de História do Jornalismo (Fundamentos do Jornalismo e das Relações Públicas, no nosso caso), Sociologia da Comunicação, Fundamentos de Direito Aplicado ao Jornalismo, Introdução à Filosofia, e tantas matérias afins? Ao que eu saiba, democracia não é só dar direito para que o outro fale, mas sim, aguentar o que ele tem a dizer, mesmo que seja duro. E pelo o que eu sei, político, em tempos de campanha eleitoral, nem pode se manifestar tanto assim. Político bom, pelo o que eu sei, aguenta críticas calado. E da imprensa, então, nem se fala. Pedro II é o maior exemplo disso. Em tempos de Monarquia, os jornais da Capital Imperial atacavam Sua Majestade todos os dias. E nunca se soube que Sua Majestade mandou a Guarda Imperial fechar as sedes dos jornais do Rio de Janeiro.

No entanto, a Ditadura Militar no Brasil o fez. E foi condenada por isso. E na União Soviética, quem atacava Stalin por meio de um "projeto" de jornal (já que o único existente era o Pravda) era duramente punido com o fechamento do jornal, censura, gulag na Sibéria e até morte. Em Cuba, se alguém publica algum jornal que critica a Fidel, a Raul, o PCC e até mesmo a Revolução Cubana, é preso, já que o único jornal que deve existir em Cuba é o Granma, editado pelo Partido Comunista Cubano. E pelo visto, Dilma quer fazer a mesma coisa no Brasil. Há alguns meses, mandou Thomas Traumann, secretário de Comunicação Social da Presidência da República, dar um jeito de calar Rachel Sheherazade, do SBT. E foi o que aconteceu.

Na minha opinião, político tem que aguentar porrada sim, e calado. Não quero ser radical ou preconceituoso. Sou estudante de Jornalismo, e tenho analisado não só no âmbito regional, mas também no nacional, o que vem acontecendo. E por isso é que eu repito: em época de campanha eleitoral, político tem aguentar porrada sim. E calado. Senão, como é que ele vai aguentar porrada da imprensa pelos próximos quatro anos?

Direito de resposta, pra mim, não se mostra em documento. Direito de resposta, pra mim, se consegue com trabalho. O direito de resposta de Dilma deve ser o trabalho que ela faz em prol do país. No entanto, Mariel está lá, bem edificado em Cuba, enquanto as universidades federais brasileiras padecem com falta de recursos para pesquisas e infraestrutura. Não vou longe. O maior exemplo está a uns 5,0km de mim. Chama-se Universidade Federal do Amazonas.

Fundada em 1909, a primeira escola universitária do Brasil hoje conta com as seguintes unidades: Instituto de Ciências Humanas e Letras, Faculdade de Estudos Sociais, Faculdade de Direito, Escola de Enfermagem de Manaus, Faculdade de Tecnologia, Faculdade de Educação, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Medicina, Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Faculdade de Ciências Agrárias, Instituto de Ciências Biológicas, Instituto de Ciências Exatas, Instituto de Computação e Faculdade de Psicologia, além dos campi do interior do Estado. Muito em breve, contará com a Faculdade de Informação e Comunicação, que será desmembrada do ICHL. Todas essas unidades acadêmicas padecem de recursos para pesquisa e infraestrutura. E no entanto, Dilma Rousseff está preocupada em conseguir um direito de resposta pra responder O Estado de São Paulo à altura.

Por favor, senhora presidente. Se a senhora não aguenta apanhar de um jornal ou de qualquer veículo de comunicação, não se candidate à Presidência novamente. O Brasil precisa de uma pessoa que tenha pulso firme. Precisa de alguém que se preocupe com nossas instituições, e não as saqueie violentamente como faz o PT. O Brasil precisa de alguém que não precise de direito de resposta, uma vez que o seu trabalho é a sua resposta à acusações infundadas. Resumindo: o Brasil não precisa mais da senhora, presidente Dilma. A senhora não tem pulso e nem capacidade pra gerir o Brasil.

Lucas Vítor Sena

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

[RESENHA] A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira, de Sidney Garambone

Eu disse que além de falar sobre política, iria falar sobre algumas outras coisas por aqui também.

Galerinha, um dos planos que eu tenho é publicar, nesse blog, algumas resenhas de livros que eu tô lendo. O primeiro deles é o "A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira", do talentosíssimo Sidney Garambone. Garambone é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Ele foi correspondente do Jornal do Brasil em Paris, assinou coluna no O Globo, foi chefe da sucursal da IstoÉ no Rio de Janeiro, cobriu a Copa do Mundo da França, em 98, a Copa do Mundo do Japão, em 2002, e as Olimpíadas de Atenas, em 2004. Resumindo, o cara é fera. Sem mais detalhes.

Onde eu consegui o livro? Bem... sabem o Intercom Foz 2014? Então... eu e o Felipe, um amigo da faculdade, fomos para Foz do Iguaçu pra apresentar nossos trabalhos e lá assistimos a palestra do Garambone, que era o mesmo tema do nome do livro, com mediação do prof. Allan Rodrigues, meu orientador (que me fez uma bela vergonha no meio de todo o Auditório da UDC ¬¬'). No final, ele abriu pra platéia perguntar e responder algumas perguntas dele. Perguntei, respondi e acabei ganhando o livro. Autografado, de quebra.

Segue algumas fotos (amadoras, OK?) da palestra do Garamba:

Garamba falando pra galera no Auditório Elias Hauagge, na UDC.
Garamba falando pra galera. Ao fundo, prof. Allan Rodrigues.
Garamba e um amazonense futuro correspondente internacional
Livro autografado pelo Garamba
A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira.



















Pois bem. O livro, como o próprio nome já diz, conta a relação entre a nossa querida imprensa tupi-guarani e o primeiro grande conflito armado do mundo no século XX: la Primera Guerra Mundial. No livro, Garambone não só faz uma análise da atuação da imprensa brasileira durante o conflito, mas do próprio modo brasileiro de fazer jornalismo entre 1900 e 1920, que mudou drasticamente. Segundo ele, perdeu-se o jornalismo romântico, das críticas, das poesias, da literatura, e adotou-se o jornalismo de notícias, que fomentaria a opinião pública.

Ainda o livro conta sobre como os jornais brasileiros começaram a relatar a Guerra. O livro é uma adaptação da dissertação de mestrado do Garambone, e pra fazer as análises, ele escolheu os jornais Correio da Manhã e Jornal do Commercio, sendo que existiam no Rio de Janeiro de 1914 nada mais nada menos do que SETE jornais. Isso mesmo, SETE. Não dá pra analisar os sete, então ele pegou apenas dois e edições específicas disso.

Pra se ter uma noção, o jornal que deu um pouco mais de destaque ao início da guerra, em 28 de junho de 1914, foi o Jornal do Commercio, com a notícia do assassinato do príncipe Francisco Ferdinando e da princesa Sofia, na edição 29 de junho de 1914, ocupando um bom espaço na primeira página. Ao contrário do Correio da Manhã, que dedicou meras linhas na quarta página do jornal, na seção de Telegramas. A partir de 30, 01 de julho e todos os outros dias, esses dois jornais passaram a fazer a cobertura brasileira da guerra, a partir de notícias que chegavam via telex da Havas, da American e depois da boa e velha Reuters.

No livro, o Garamba conta que antes de o Brasil entrar realmente no conflito, as notícias que chegava de Berlim, Paris, Viena e Belgrado ficavam sempre lado a lado das notícias da capital da República. No entanto, à medida que 1917 ia chegando e os alemães torpedeavam embarcações brasileiras no Oceano Atlântico ou até mesmo em águas brasileiras, os jornais começavam a clamar a Venceslau Brás, presidente da República, e ao Ministério das Relações Exteriores, chefiado por Lauro Müller, que o Brasil declarasse guerra ao Império Alemão, o que de fato aconteceu. Aliás, vocês sabiam que o Brasil participou da guerra apenas com o envio de uma missão médica, que patrulhava o litoral africano? E que alguns dos brasileiros que foram mandados morreram por causa da gripe espanhola? E que o Uruguai foi o único país além do Brasil a declarar estado de guerra contra a Alemanha? Pois é.

Em resumo: A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira é um livro muito bom. Fundamental pra quem quer entender um pouco da transição entre o jornalismo literário e o jornalismo de notícias mesmo. Recomendo não só para a área de História do Jornalismo, mas também pra área de História Geral e do Brasil. Gosto de dizer que nossa imprensa é que conta nossa história. Esse livro é um excelente exemplo.

Lucas Vítor Sena

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Análise política contemporânea amadora - PARTE II

Como eu já falei, o dia 5 de outubro está cada vez mais próximo. E no cenário regional, as principais forças são figurinhas repetidas, mas que têm grande força no Amazonas.

De um lado, Eduardo Braga (PMDB), mais conhecido pela alcunha de "Cadeirudo", que chefia a coligação "Renovação e Experiência". Como sua vice, temos a deputada federal Rebecca Garcia, filha de Francisco Garcia, eminente figura do cenário político amazonense. Ocupando a candidatura ao Senado, o deputado Francisco Praciano (PT), autor da polêmica lei que proibia o ensino da língua inglesa (!) no Amazonas. A coligação chefiada por Braga é representante da presidente Dilma Rousseff no Amazonas.

Do outro lado, o economista José Melo (Pros). Melo, ex-secretário de Estado da Educação, foi vice-governador na gestão de Omar Aziz. Quando Aziz renunciou para se candidatar ao Senado, Melo assumiu o governo do Estado. Como seu vice, temos Henrique Oliveira, deputado federal e ex-candidato à Prefeitura de Manaus no pleito de 2012. Na candidatura ao Senado, o amazonense descendente de árabes Omar Aziz (PSD), é o titular. A candidatura de Melo é representante de Aécio Neves no Estado.

Outra figura importante do cenário eleitoral amazonense é o deputado Marcelo Ramos (PSB). Ramos, graduado em Administração pela Faculdade de Estudos Sociais (FES) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), talvez seja o queridinho da classe jovem e intelectual que circunda pela FES e pelo Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UFAM, por ser o representante de Marina Silva no Amazonas.

Entre os nanicos, encontram-se as figurinhas repetidas de sempre: Luiz Navarro (PCB), que de tanto se candidatar tanto a prefeito quanto a governador, já começa a cair nas graças do povo; e Herbert Amazonas (PSTU), que quer por que quer ser prefeito de Manaus ou governador do Amazonas. Além dos dois, o deputado Chico Preto (PMN) e o senhor Abel Alves (PSOL) são outros dois candidatos ao governo do Estado.

(Aliás, vale fazer duas odes à zoeira aqui: dá a impressão de que Abel é movido ainda na manivela; e #NavarroIsMyReligion.)

Os artifícios usados por Braga na campanha são os mais sujos e desonestos possíveis. Ativismo nas redes sociais com cabos eleitorais e hackers a seu favor é um dos meios usados pelo Cadeirudo pra desmontar seus adversários. Ainda ataca com todas as forças o pobre José Melo, de quem foi companheiro na campanha que o elegeu senador em 2010. Além de tentar acabar com Melo, Braga ainda ataca todos aqueles que dele discordam. É o caso do DJ Kléber Romão, que está sendo processado pela coligação encabeçada pelo Cadeirudo e sua vice. Nem mesmo o pobre Luiz Navarro, que disse algumas boas verdades em sua campanha na TV, escapa das artimanhas do paraense Braga.

Já Melo, com toda a sua simplicidade, procura não atacar diretamente a Braga. Tanto é que nas últimas propagandas na TV, Melo adotou o seguinte slogan: "Não voltemos para o passado". Embora já tenha uma certa idade, o economista graduado pela FES da UFAM representa, mesmo que não pareça, um fim ao reinado de Braga no comando do Amazonas. Além disso, o principal cabo eleitoral de Melo não está no comitê de sua coligação, mas sim na cadeira mais importante do Paço da Liberdade. Seu nome? Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto, que não tem medo algum de dizer que apóia o "Mestre dos Magos", como Melo é chamado pelos amazonenses.

Uma das perguntas que talvez mais se faça nessa eleição é a seguinte: cadê o Negão? Amazonino Mendes, o grande cacique e padrinho de Braga, Omar, Melo e de maioria dos políticos amazonenses, preferiu se manter em silêncio nestas eleições. Talvez pelo medo de enquanto apoiar um, ser duramente criticado pelo outro, fora o fato de estar com a saúde bem deteriorada desde o tempo em que ainda era prefeito de Manaus.

O fato é: o jogo político no Amazonas continua o mesmo. Talvez seja Marcelo Ramos que ainda represente uma esperança de renovação. Melo talvez, mas lhe pesa o passado de ter sido aliado de Braga junto com Omar. Quanto ao Cadeirudo... bom, o destino lhe reservará surpresas. Por agora, esperemos por 5 de outubro pra saber quem será empossado no dia 01 de Janeiro de 2015 no Teatro Amazonas.

Lucas Vítor Sena

domingo, 21 de setembro de 2014

Análise política contemporânea amadora - PARTE I

(Eu disse que aqui eu começaria a falar sobre política. Portanto, se você, na metade desse post, começar a se sentir ofendido ou magoadinho, dê meia-volta volver e pode fechar a aba ou a janela. É simples.)

No próximo dia 5 de outubro, quase 200 milhões de brasileiros irão às urnas para eleger o novo presidente da República, bem como os novos governadores de Estados, senadores, deputados federais e estaduais. Este é o primeiro post de uma pequena série de análises políticas sobre o atual cenário eleitoral brasileiro. Tentarei falar um pouco de cada candidato e o que pesa contra ou a favor deles.

Atualmente, quem concorre ao mandato de "chefão" do Brasil é Dilma Rousseff (PT), também presidente da República; Aécio Neves (PSDB), ex-senador e governador do estado de Minas Gerais; Marina Silva (PSB), Ministra do Meio Ambiente no mandato de Lula, que entrou na disputa após a morte do candidato Eduardo Campos, de quem era vice; além dos considerados "nanicos", como Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Everaldo Pereira (PSC), Zé Maria (PSTU), Rui Pimenta (PCO), José Maria Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e por último, mas não menos importante, Luciana Genro (PSOL).

A polarização entre os três maiores, por mais que não se queira haver, existe. Dilma, Marina e Aécio disputam os votos de praticamente todo o Brasil. Enquanto Dilma tem garantidos os votos de quem é beneficiado pelos programas assistencialistas do governo petista, Aécio é considerado como a "voz da direita", que não quer mais quatro anos de governo petista, uma vez que 12 anos de PT já foram danosos demais para o Brasil. Marina, no entanto, parece ser a voz daqueles que foram às ruas em junho de 2013, que não se conformam com a atual polarização entre PT e PSDB. E a candidata pega esse gancho, usando como slogan de sua campanha a frase "Não vamos desistir do Brasil", dita por seu ex-companheiro de chapa e governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido num acidente aéreo ocorrido em Santos, em agosto deste ano.

A entrada de Marina na disputa eleitoral deu uma guinada nas pesquisas de intenções de votos. Antes de agosto, as pesquisas mostravam que haveria, como nos últimos 12 anos, um segundo turno entre o PT e o PSDB. No entanto, depois da entrada da acreana na campanha, os votos de Eduardo Campos foram todos para Marina e metade dos votos que pertenciam tanto ao PSDB quanto ao PT começaram a ir para ela. A reviravolta foi tamanha que as últimas pesquisas do Instituto Datafolha já mostram um segundo turno entre Marina Silva e Dilma Rousseff, que poderia ser vencido pela candidata do PSB. Aécio fica em 3° lugar nas pesquisas.

É perceptível a agonia de Dilma Rousseff e do PT só de pensar em descer a rampa do Palácio do Planalto no dia 01 de Janeiro de 2015. Por isso, os MAVs (Militantes de Ambientes Virtuais) do PT estão trabalhando a todo vapor num sistema de desinformação geral, equivalente, quiçá, aos serviços da Stasi da Alemanha Oriental, da KGB russo-soviética e até mesmo da SS nazista. Websites, blogs e outros meios estão sendo usados a todo vapor para calar os adversários e plantar informações falsas sobre eles. No entanto, pesa mesmo sobre o PT a participação num dos maiores escândalos de corrupção em toda a história do Brasil: o Mensalão, julgado no ano passado pelo Ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal. Além do Mensalão, pesa agora sobre o PT também a participação num escândalo que envolve a compra de uma refinaria em Pasadena, na Califórnia, que trouxe ainda mais desvalorização para a Petrobras. O escândalo já começa a ser chamado de Petrolão.

Sobre Aécio Neves, o PT planta as acusações de no governo do PSDB, chefiado por Fernando Henrique Cardoso, o Procurador-Geral da República ter sido chamado de "Engavetador-Geral da República". O PSDB responde com uma justificativa muito simples: por provas insuficientes, todos os processos dos quais membros do PSDB foram acusados foram arquivados. E o PT, com mais ódio e agonia ainda, destila toda a sua desinformação sobre Marina Silva, que continua a alcançá-los nas pesquisas. Sobre ela, o PT afirma que "acabará com a exploração do Pré-Sal" e que é financiada por uma banqueira, a educadora Maria Alice Setúbal, uma das herdeiras e acionistas do Banco Itaú, um dos maiores do Brasil.

Notável é que a disputa eleitoral a cada dia ferve mais. Faltam três semanas para que os brasileiros escolham o novo Presidente da República e até mesmo reelejam um presidente. Nestas três semanas, se todos estes candidatos quiserem subir a rampa do Planalto no dia 01 de Janeiro, terão que trabalhar incansavelmente para conquistar os votos dos brasileiros. Aécio Neves já sobe nas pesquisas. Marina está estacionada. Dilma caiu. Mas como dizia meu saudoso tio, "pesquisas não ganham eleições". Vamos esperar até o dia 06 para saber.

Lucas Vitor Sena

sábado, 20 de setembro de 2014

Back to the blog

(Última postagem: 3 anos atrás. Okay, preciso voltar a escrever no blog.)

Boa tarde, gente!

Três anos atrás, criei essa criança aqui pra ser um lugar onde eu pudesse desabafar. Embora eu tenha alguma vergonha do que comecei a escrever no 2° Ano (thanks, life ¬¬'), dá pra aproveitar alguma coisa. Não terminei "História da Redenção", embora quisesse muito terminar. Fica pra uma próxima vez.

De 2011 pra cá, minha vida mudou radicalmente. Não, não fiquei com a Melissa, que vocês devem ter lido aqui no blog. No entanto, somos amigos, mas há algum tempo não nos falamos. Passei pro 3° ano em 2012, e pela graça de Deus, fui aprovado no vestibular pra Comunicação Social - Jornalismo na Universidade Federal do Amazonas (podemos ouvir um amém aqui? rs).

2014 chegou, e trouxe algumas gratas surpresas. Um professor da faculdade, que acabou se tornando meu orientador, passou um trabalho prático para fazermos na disciplina dele, em 2013. Fizemos, e foi considerado um dos melhores da disciplina pela proposta dele. Era um jornal mural. No começo de março desse ano, meu professor me chamou e disse que queria levar nosso trabalho para a Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) Regional, que aconteceria no Congresso de Ciências da Comunicação da Região Norte, em Belém. Ele nos ajudou a reformular o artigo científico que acompanhava o jornal mural e nós fizemos uma segunda edição. Graças a Deus, ele foi classificado para a etapa nacional da Expocom, que rolaria entre 02 e 05 de setembro desse ano. Pena que não ganhamos. No entanto, o Divergente foi considerado um dos cinco melhores jornais murais do Brasil no ano de 2014. O trabalho da minha amiga, a revista customizada Emporium em Revista, o qual tive o prazer de apresentar nos dois congressos, foi vencedor das duas etapas.

Mas nem tudo são flores nessa vida. Há seis dias, tive o desprazer de ouvir a péssima notícia do falecimento de meu tio, aqui em Manaus. Há cinco, tive de enterrá-lo. Há quatro dias, fiz 18 anos. Um presente nada agradável, digamos assim. Mas tenho certeza que o verei novamente quando meu Jesus voltar. A dor é grande, mas a esperança é ainda maior.

Amadureci. Confesso que no meio do Ensino Médio, tinha algumas tendências políticas nada conservadoras. Tinha uma tendência meio socialista. Juro. Mas algumas pessoas me abriram os olhos, comecei a ler mais, e graças ao bom Pai, vim pro lado da direita. #EsquerdaNever. Acho que também vale dizer que conheci pessoas muito legais. Amigos que vou levar para a vida toda. Embora tenhamos algumas discussões políticas, a amizade supera. Pra quê perder uma amizade por dissensão política? Sou do bem, gente. Sou da paz. :D

Por fim, digo: o Diário de um Aluno do Ensino Médio vai continuar. Talvez com outro nome, talvez com esse mesmo. Sei lá. Mas agora não vão ser apenas textos de reflexão. Textos sobre política, denúncias y otras cositas más entrarão nessa bagaça também. Afinal, pra quê vai servir um jornalista se não for pra escrever mesmo?

(Cabô com essa palhaçada de "seu postador" :])

Lucas Vítor Sena