(Eu disse que aqui eu começaria a falar sobre política. Portanto, se você, na metade desse post, começar a se sentir ofendido ou magoadinho, dê meia-volta volver e pode fechar a aba ou a janela. É simples.)
No próximo dia 5 de outubro, quase 200 milhões de brasileiros irão às urnas para eleger o novo presidente da República, bem como os novos governadores de Estados, senadores, deputados federais e estaduais. Este é o primeiro post de uma pequena série de análises políticas sobre o atual cenário eleitoral brasileiro. Tentarei falar um pouco de cada candidato e o que pesa contra ou a favor deles.
Atualmente, quem concorre ao mandato de "chefão" do Brasil é Dilma Rousseff (PT), também presidente da República; Aécio Neves (PSDB), ex-senador e governador do estado de Minas Gerais; Marina Silva (PSB), Ministra do Meio Ambiente no mandato de Lula, que entrou na disputa após a morte do candidato Eduardo Campos, de quem era vice; além dos considerados "nanicos", como Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Everaldo Pereira (PSC), Zé Maria (PSTU), Rui Pimenta (PCO), José Maria Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e por último, mas não menos importante, Luciana Genro (PSOL).
A polarização entre os três maiores, por mais que não se queira haver, existe. Dilma, Marina e Aécio disputam os votos de praticamente todo o Brasil. Enquanto Dilma tem garantidos os votos de quem é beneficiado pelos programas assistencialistas do governo petista, Aécio é considerado como a "voz da direita", que não quer mais quatro anos de governo petista, uma vez que 12 anos de PT já foram danosos demais para o Brasil. Marina, no entanto, parece ser a voz daqueles que foram às ruas em junho de 2013, que não se conformam com a atual polarização entre PT e PSDB. E a candidata pega esse gancho, usando como slogan de sua campanha a frase "Não vamos desistir do Brasil", dita por seu ex-companheiro de chapa e governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido num acidente aéreo ocorrido em Santos, em agosto deste ano.
A entrada de Marina na disputa eleitoral deu uma guinada nas pesquisas de intenções de votos. Antes de agosto, as pesquisas mostravam que haveria, como nos últimos 12 anos, um segundo turno entre o PT e o PSDB. No entanto, depois da entrada da acreana na campanha, os votos de Eduardo Campos foram todos para Marina e metade dos votos que pertenciam tanto ao PSDB quanto ao PT começaram a ir para ela. A reviravolta foi tamanha que as últimas pesquisas do Instituto Datafolha já mostram um segundo turno entre Marina Silva e Dilma Rousseff, que poderia ser vencido pela candidata do PSB. Aécio fica em 3° lugar nas pesquisas.
É perceptível a agonia de Dilma Rousseff e do PT só de pensar em descer a rampa do Palácio do Planalto no dia 01 de Janeiro de 2015. Por isso, os MAVs (Militantes de Ambientes Virtuais) do PT estão trabalhando a todo vapor num sistema de desinformação geral, equivalente, quiçá, aos serviços da Stasi da Alemanha Oriental, da KGB russo-soviética e até mesmo da SS nazista. Websites, blogs e outros meios estão sendo usados a todo vapor para calar os adversários e plantar informações falsas sobre eles. No entanto, pesa mesmo sobre o PT a participação num dos maiores escândalos de corrupção em toda a história do Brasil: o Mensalão, julgado no ano passado pelo Ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal. Além do Mensalão, pesa agora sobre o PT também a participação num escândalo que envolve a compra de uma refinaria em Pasadena, na Califórnia, que trouxe ainda mais desvalorização para a Petrobras. O escândalo já começa a ser chamado de Petrolão.
Sobre Aécio Neves, o PT planta as acusações de no governo do PSDB, chefiado por Fernando Henrique Cardoso, o Procurador-Geral da República ter sido chamado de "Engavetador-Geral da República". O PSDB responde com uma justificativa muito simples: por provas insuficientes, todos os processos dos quais membros do PSDB foram acusados foram arquivados. E o PT, com mais ódio e agonia ainda, destila toda a sua desinformação sobre Marina Silva, que continua a alcançá-los nas pesquisas. Sobre ela, o PT afirma que "acabará com a exploração do Pré-Sal" e que é financiada por uma banqueira, a educadora Maria Alice Setúbal, uma das herdeiras e acionistas do Banco Itaú, um dos maiores do Brasil.
Notável é que a disputa eleitoral a cada dia ferve mais. Faltam três semanas para que os brasileiros escolham o novo Presidente da República e até mesmo reelejam um presidente. Nestas três semanas, se todos estes candidatos quiserem subir a rampa do Planalto no dia 01 de Janeiro, terão que trabalhar incansavelmente para conquistar os votos dos brasileiros. Aécio Neves já sobe nas pesquisas. Marina está estacionada. Dilma caiu. Mas como dizia meu saudoso tio, "pesquisas não ganham eleições". Vamos esperar até o dia 06 para saber.
Lucas Vitor Sena
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