segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Análise política contemporânea amadora - PARTE II

Como eu já falei, o dia 5 de outubro está cada vez mais próximo. E no cenário regional, as principais forças são figurinhas repetidas, mas que têm grande força no Amazonas.

De um lado, Eduardo Braga (PMDB), mais conhecido pela alcunha de "Cadeirudo", que chefia a coligação "Renovação e Experiência". Como sua vice, temos a deputada federal Rebecca Garcia, filha de Francisco Garcia, eminente figura do cenário político amazonense. Ocupando a candidatura ao Senado, o deputado Francisco Praciano (PT), autor da polêmica lei que proibia o ensino da língua inglesa (!) no Amazonas. A coligação chefiada por Braga é representante da presidente Dilma Rousseff no Amazonas.

Do outro lado, o economista José Melo (Pros). Melo, ex-secretário de Estado da Educação, foi vice-governador na gestão de Omar Aziz. Quando Aziz renunciou para se candidatar ao Senado, Melo assumiu o governo do Estado. Como seu vice, temos Henrique Oliveira, deputado federal e ex-candidato à Prefeitura de Manaus no pleito de 2012. Na candidatura ao Senado, o amazonense descendente de árabes Omar Aziz (PSD), é o titular. A candidatura de Melo é representante de Aécio Neves no Estado.

Outra figura importante do cenário eleitoral amazonense é o deputado Marcelo Ramos (PSB). Ramos, graduado em Administração pela Faculdade de Estudos Sociais (FES) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), talvez seja o queridinho da classe jovem e intelectual que circunda pela FES e pelo Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UFAM, por ser o representante de Marina Silva no Amazonas.

Entre os nanicos, encontram-se as figurinhas repetidas de sempre: Luiz Navarro (PCB), que de tanto se candidatar tanto a prefeito quanto a governador, já começa a cair nas graças do povo; e Herbert Amazonas (PSTU), que quer por que quer ser prefeito de Manaus ou governador do Amazonas. Além dos dois, o deputado Chico Preto (PMN) e o senhor Abel Alves (PSOL) são outros dois candidatos ao governo do Estado.

(Aliás, vale fazer duas odes à zoeira aqui: dá a impressão de que Abel é movido ainda na manivela; e #NavarroIsMyReligion.)

Os artifícios usados por Braga na campanha são os mais sujos e desonestos possíveis. Ativismo nas redes sociais com cabos eleitorais e hackers a seu favor é um dos meios usados pelo Cadeirudo pra desmontar seus adversários. Ainda ataca com todas as forças o pobre José Melo, de quem foi companheiro na campanha que o elegeu senador em 2010. Além de tentar acabar com Melo, Braga ainda ataca todos aqueles que dele discordam. É o caso do DJ Kléber Romão, que está sendo processado pela coligação encabeçada pelo Cadeirudo e sua vice. Nem mesmo o pobre Luiz Navarro, que disse algumas boas verdades em sua campanha na TV, escapa das artimanhas do paraense Braga.

Já Melo, com toda a sua simplicidade, procura não atacar diretamente a Braga. Tanto é que nas últimas propagandas na TV, Melo adotou o seguinte slogan: "Não voltemos para o passado". Embora já tenha uma certa idade, o economista graduado pela FES da UFAM representa, mesmo que não pareça, um fim ao reinado de Braga no comando do Amazonas. Além disso, o principal cabo eleitoral de Melo não está no comitê de sua coligação, mas sim na cadeira mais importante do Paço da Liberdade. Seu nome? Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto, que não tem medo algum de dizer que apóia o "Mestre dos Magos", como Melo é chamado pelos amazonenses.

Uma das perguntas que talvez mais se faça nessa eleição é a seguinte: cadê o Negão? Amazonino Mendes, o grande cacique e padrinho de Braga, Omar, Melo e de maioria dos políticos amazonenses, preferiu se manter em silêncio nestas eleições. Talvez pelo medo de enquanto apoiar um, ser duramente criticado pelo outro, fora o fato de estar com a saúde bem deteriorada desde o tempo em que ainda era prefeito de Manaus.

O fato é: o jogo político no Amazonas continua o mesmo. Talvez seja Marcelo Ramos que ainda represente uma esperança de renovação. Melo talvez, mas lhe pesa o passado de ter sido aliado de Braga junto com Omar. Quanto ao Cadeirudo... bom, o destino lhe reservará surpresas. Por agora, esperemos por 5 de outubro pra saber quem será empossado no dia 01 de Janeiro de 2015 no Teatro Amazonas.

Lucas Vítor Sena

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