quinta-feira, 27 de novembro de 2014

[RESENHA] O Rio Comanda a Vida, de Leandro Tocantins

Salve, galera! As últimas semanas foram corridas, tensas, e mais um pouquinho. Faculdade matou, aulas de Legislação mataram, fui dispensado do Exército Brasileiro (OH GLÓREAS), e tava estudando pro concurso pra estagiário do Ministério Público do Trabalho. Salário bom, com apenas uma vaga, a gente não pode desperdiçar. Soma-se a isso o fato de eu estar ensaiando com o coral da minha igreja direto, uma vez que temos apresentação marcada no aniversário da igreja. Portanto, tá russo! Mas como a gente sempre arruma tempo pra escrever, hoje tem resenha! :D

O livro de hoje chama-se "O Rio Comanda a Vida", e foi escrito pelo amazônida Leandro Tocantins. Digo que o rapaz é amazônida porque nasceu em Belém, passou a primeira infância no Acre, viveu em Manaus e vivia viajando pelo Norte do Brasil. Foi representante do Governo do Estado do Amazonas no Rio de Janeiro durante o governo do professor Arthur Cezar Ferreira Reis. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais, o rapaz foi um dos autores do projeto da Zona Franca de Manaus, em parceria com o governador Arthur Reis e Arthur Amorim.

Autor do livro Santa Maria de Belém do Grão-Pará e de outros títulos que fazem referência à Amazônia, Leandrão escreveu O Rio Comanda a Vida em 1952, quando tinha apenas 21 anos (aaaaah, desgramado!). A primeira edição do livro foi lançada pela Editora A Noite, chefiada pelo poeta Cassiano Ricardo. Desde lá, foram lançadas nove edições, a última, em setembro de 1998. Saiu de circulação há muito tempo. A versão que tenho é xerocada, emprestada do prof. Allan Rodrigues. Claro que isso não faz o livro perder o seu valor intelectual, né?

No livro, Tocantins fala sobre o Rio Amazonas em toda a sua extensão, desde quando ele nasce Maranon, na América Hispânica, até a Ilha de Marajó. Mas não é só do rio e de suas características geográficas e etc., não. Don Leandro fala de como ele influencia na vida de quem mora às suas margens. Do caboclo que tira o seu sustento dele, do regatão que por ele navega, das cidades que estão às suas margens.

Tocantins destaca no livro o descobrimento e as navegações que se fizeram no Rio Amazonas. A primeira foi a do espanhol Francisco de Orellana, lá pelos idos de 1500. Orellana saiu de Guayaquil, no Equador, passou por Iquitos, no Peru, e entrou nas atuais terras brasileiras. Daí, subiu todo o Amazonas, passando por Mariuá, São José da Barra do Rio Negro, Nhamundá (onde teve um "agradável" encontro com las icamiabas, a quem chamou de "amazonas" [ressalte-se que foi daí que veio o nome do rio]), Parintins, Santarém e Santa Maria de Belém do Grão-Pará. Mariuá hoje é Barcelos, São José da Barra do Rio Negro é Manaus, e Santa Maria de Belém do Grão-Pará é a cidade de Belém. À época de Orellana, ainda não existiam.

O autor também cita na obra as lendas, mitos, festas folclóricas e agricultura das cidades do Rio Amazonas. Fala da origem do Boi-Bumbá de Parintins, do Círio de Nazaré celebrado em Belém, da festa do Divino Espírito Santo, e de outras celebrações regionais. Engana-se quem pensa que o livro só fala de cultura. Também fala sobre a geologia, a hidrografia, a cronologia das formações rochosas da Amazônia, e por aí vai.

Ao final do livro, Leandro faz um apanhado dos problemas por quais passa a Amazônia em si. À época, empresas estrangeiras queriam comprar a Amazônia e fazer dela um terreno de experiências científicas. Ele se preocupa porque os jovens e até os outros governantes não se preocupavam. Lembremos que o livro foi escrito em 1952. Logo depois disso, o Governo Federal resolveu olhar para o Norte do Brasil. O general Humberto de Alencar Castelo Branco foi um dos primeiros que cuidaram do Comando Militar da Amazônia. O presidente Juscelino Kubitschek criou a SPVEA. Finalmente, em 1967, em lugar do Porto Franco de Manaus, foi criada a Zona Franca de Manaus, inaugurada pelo presidente general Artur da Costa e Silva.

Resumindo a ópera: O Rio Comanda a Vida é um livro feito para se entender a Amazônia e entender o nosso lugar nela. Todos somos parte disso, e devemos lutar pelo seu desenvolvimento, sem a intervenção de ninguém. Afinal, essa é a nossa terra. Terra do nosso país!

Lucas Vítor Sena

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Aquele que há de vir virá, e não tardará.

Imagine-se no dia 23 de outubro de 1844. No dia anterior, você esperava que Cristo retornasse pela segunda vez para te levar ao Céu para viver com Ele eternamente. Mas Ele não veio. E você, que tinha esperança de ver novamente um parente falecido, ficou extremamente triste e desapontado. Pois é. O dia 22 de Outubro de 1844 ficou conhecido como o "Dia do Grande Desapontamento".

Há 170 anos atrás, Guilherme Miller pregava que Jesus voltaria pela segunda vez no dia 22 de Outubro de 1844. Só que ele não tirou essa conclusão de um devaneio. O homem estudou e muito as profecias contidas no livro de Daniel. Principalmente a do verso 14 do capítulo 8, que diz: "Até 2300 tardes e manhãs, e o santuário será purificado".

Para entender tudo isso, vou colocar uma rápida explicação aqui. Partamos do pressuposto que dia, em profecia, se refere a um ano. Tarde e manhã, portanto, seria um dia. Assim, pela big lógica, 2300 tardes e manhãs são iguais a 2300 anos.

Os 2300 anos começaram no ano de 457 a. C., que foi quando o Rei Xerxes assinou o decreto para a reconstrução de Jerusalém. A partir dessa data, o povo de Israel, segundo os versos 23 a 27 do capítulo 9 de Daniel, teria setenta semanas proféticas para se arrepender dos seus maus caminhos e voltarem ao Senhor. Primeiramente, a partir do decreto para reconstruir Jerusalém, que fora destruída pelos babilônios, seriam sete semanas de anos. Portanto, 49 anos. Jerusalém começou a ser reconstruída de fato no ano de 408 a. C. A partir daí, mais 62 semanas de anos, ou seja, 434 anos, até o Ungido, o Príncipe, o Messias.

Contando 434 anos a partir de 408 a. C., chegamos ao ano de 27 d. C. Nesse ano, Jesus foi batizado, ungido, para iniciar o seu ministério. Era a última semana de ano de graça para o povo de Israel. Segundo o verso 27, na metade da última semana, o Ungido faria cessar "o sacrifício e a oferta de manjares". No ano 31 d. C., Cristo Jesus, condenado por Pôncio Pilatos, foi crucificado, fazendo cessar todo o antigo sistema de sacrifícios da Lei de Moisés. No momento da morte de Jesus, o véu que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo do Templo de Jerusalém se rasgou ao meio, como que por mão humana. Isso significava que a partir daquele momento, homem nenhum mais precisaria de um cordeiro para pedir perdão dos seus pecados, pois o Cordeiro de Deus acabara de morrer por todos, e a graça de Deus se manifestara salvadora a todos os homens.

A semana de anos terminou em 34 d. C. Nesse ano, os membros do Sinédrio ordenaram o assassinato de Estêvão. Assim, o tempo especial de graça para Israel acabara, e o Evangelho deveria ser levado a todas as nações da Terra. Os 1810 anos restantes resultam no ano de 1844. E no ano de 1844, para Miller, o santuário que seria purificado era a Terra. Assim, essa era a base que tinham para crer que Cristo voltaria há 170 anos atrás. Mas Ele não veio.

No dia 23 de outubro, um dia como este, Hiram Edson, um pregador milerita, voltava com mais uma pessoa para uma cidade. Andando por um milharal, subitamente, foi levado a olhar para o Céu. Naquele momento, ele viu o Céu se abrindo e viu Cristo entrando no Santuário Celestial. Voltaram correndo para onde estava Miller e os outros crentes e lhes contaram o que acontecera. Voltaram seus olhos à Palavra de Deus, e viram que as datas estavam todas corretas, mas que erraram apenas o evento. Novamente, seus corações se encheram da bendita esperança de ver o Salvador!

Há um ditado que diz que depois da tempestade, vem a bonança. Costumo dizer que depois do desapontamento, vem a esperança. Sempre foi assim. A esperança de dias melhores, de que tudo vai mudar, de que tudo vai melhorar, mesmo com todas as adversidades. A esperança que inundou o coração de Edson, Miller, White, Smith, Snow, e tantos outros, é a mesma que inunda hoje o meu coração, 170 anos depois.

Deve ter sido triste demais para a esposa do pastor Carlos Fitch, falecido pouco antes do Desapontamento, saber que o esposo não ressuscitaria naquele 22 de Outubro. Mas deve ter sido muito mais encorajador quando ela soube que o marido ressuscitaria, que ela só precisaria esperar um pouco mais, pois Aquele que há de vir, virá, e não tardará.

Mais cedo, escrevi sobre meu tio. Tenho esperança de vê-lo, bem como o meu avô, a minha avó, meus bisavós, um tio que não conheci, pois foi natimorto, infelizmente. Mas como diz o velho hino, "primeiro eu quero ver meu Salvador, sim, antes dos queridos ao redor! E então por longos dias, que doces alegrias! Mas quero ver primeiro o Salvador!".

Primeiro, quando eu chegar no Céu, quero ver meu Salvador. Quero dar um abraço bem forte nEle e agradecê-Lo por não ter desistido de mim naquela cruz. Quero agradecê-Lo pessoalmente pelo Seu dom inefável que nós não merecíamos, que é a Sua graça. E quero agradecê-Lo por um dia, ter me dado a esperança de estar nos Céus com Ele, adorando-O eternamente. Que tal você também se preparar para isso? Que tal você também se preparar para ver um ente querido seu? Que tal alimentar a esperança dos Céus no seu coração?

Porque não voto em Dilma Rousseff

Antes de mais nada, digo: esse é um blog de opinião. Aqui, eu expresso as minhas opiniões, doa a quem doer. Respeito opiniões contrárias, mas aceitá-las, como diz minha socialista favorita Ana Luiza Santos, #nãosouobrigado.

Perdoem-me se vocês lerem palavrões neste post. É preciso inseri-los, já que sem eles, não terá a mesma emoção e graça que com eles.

Meu avô se chamava Francisco das Chagas Rodrigues. Era comerciante, viajando pelo Nordeste pra comprar e vender mercadorias, mas morava no Maranhão. Teve três filhos, cada um em uma cidade diferente do Estado: Vera Lúcia (mamãe), em Caxias; Francisco de Assis, em Pindaré Mirim; e Daniel, em Bom Jardim. Minha avó faleceu em 1971, dois anos depois do nascimento do tio Daniel. Os quatro vieram pra Manaus em 1976, pra melhorar a vida.

Tio Assis, em 1978, mais ou menos, entrou na antiga Escola Técnica Federal do Amazonas (ETFAM), hoje Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), no curso de Eletrônica. Lá, começou a se encantar pela política. Conheceu um rapaz por nome Vicente Mubarac, que, à época, militava na Liga Árabe do Brasil. Por Mubarac, foi apresentado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Amazonas. Se juntou ao partido e em dado momento, foi eleito Secretário de Massas do partido. O Brasil, à época, passava pelo Regime Militar instaurado em 1964, sob comando do General Ernesto Geisel. Logo depois, o General João Figueiredo assumiria a Presidência da República, e assim, daria início à redemocratização no país.

Tio Assis, assim, começou a militar no partido. Conheceu Vanessa Grazziotin, Eron Bezerra, Arthur Virgílio Neto, Eloy Menezes (pai), Sandro e Selma Baçal, Fábio Lucena, e tantas outras figuras. E por militar no Partido, começou a ser perseguido pela Polícia. Ele, no entanto, era calmo. Sempre foi calmo. Seu codinome, segundo Mubarac, era Tim, em referência ao bom e velho Tim Maia, de cujas músicas ele sempre gostou. Seu cabelo, à época, era aquele black power que fazia um sucesso tremendo. Um gordão gentil, que vivia com um sorrisão no rosto.

Lembro-me de uma vez que me contou que pulara do último andar do prédio da Escola Estadual Ângelo Ramazzotti, em Adrianópolis, junto com tio Eloy e mais uns outros. De lá, foram correndo para a sede da UESA, na Avenida Epaminondas, no Centro. Ele não me contou o trajeto, uma vez que é difícil lembrar de algo quando a polícia está no seu encalço. No entanto, posso imaginar que seu trajeto tenha sido Belo Horizonte-Boulevard-Ramos Ferreira-Leonardo Malcher-Epaminondas. Mamãe também me contou de uma vez em que ele pulou os muros da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), e invadiu o prédio, na Praça 14, com alguns amigos, em protesto. Deu polícia na área, ele foi preso, mas solto logo depois.

Meu tio também fazia parte do movimento estudantil, como já falei. Foi da UESA. Consequentemente, ligado à UBES. Nunca foi da UNE. Foi com o seu pioneirismo e de mais pessoas que hoje os estudantes têm direitos garantidos, como a meia-passagem e meia-entrada. Isso é algo para ser respeitado. Ele viveu numa época em que ser livre não era fácil. E eu sempre o tive como meu herói por causa disso, porque ele sempre lutou por liberdade e justiça. Sem levantar bandeira de partido, sem usar de Filosofia, sem nada. Mais importante ainda: sem usar de violência e sem difamar ninguém. Seu único anseio era por liberdade e justiça. Ele queria deixar uma herança boa e uma terra melhor para seus filhos, sobrinhos e netos.

Em 1981, meu primo Emerson nasceu. Com isso, ele deixou o movimento e montou sua oficina de eletrônica na Cachoeirinha. Minha prima Helen nasceu em 1982, e em 1987, meu primo Ellipeterson veio ao mundo. Poucos anos depois, tio Assis e a família se mudaram pra Boa Vista, pra começar a vida lá. Montou uma locadora de vídeo, a Hobby Vídeo, uma das primeiras de lá. Entre seus primeiros clientes, ele se orgulhava de ter o atual senador da República Romero Jucá, e sua esposa, atualmente não mais, dona Teresa Surita, hoje prefeita de Boa Vista. Ottomar de Sousa Pinto, ex-governador de Roraima, já falecido, foi um de seus clientes, salvo engano.

Mas por quais cargas d'água estou contando a história dele? Simples.

Meu tio, quando Dilma Rousseff foi eleita, se orgulhava de ter dito que não votou nela. Quando amadureci mais, perguntei a razão. Sabe o que ele respondeu? "Eu não voto em terrorista e assaltante de casa de governador. Essa mulher, meu filho, assaltou a casa do governador Adhemar de Barros! Sabe-se lá o que ela pode fazer com o país!"

Sempre soube que seus votos iriam para duas pessoas: Romero Jucá e Anchieta Júnior. Na última conversa que tive com ele, três dias depois de retornar de Foz do Iguaçu, perguntei a ele em quem ele votaria. Sabem o que ele respondeu? "Em qualquer um que tenha coragem de se opor à essa filha da puta chamada Dilma Rousseff!". Sorri, e lhe disse que Marina Silva estava à frente nas pesquisas. Ele disse: "Meu filho, o Aécio vai passar da Marina e vai pro segundo turno com a Dilma. E quando eu sair desse leito, eu vou votar no Aécio. Mas naquela terrorista, eu não deposito meu voto!"

Infelizmente, meu tio não teve tempo pra se levantar do leito 354 do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto e votar em Aécio Neves. Faleceu antes, no dia 14 de setembro, em decorrência de trombose, choque séptico e diabetes. Foi o pior presente de aniversário que eu recebi. No dia 16, vasculhei minha timeline em busca de uma mensagem sua de feliz aniversário. Foi quando caiu a ficha. E doeu demais. Eu não era mais o mesmo. Ninguém mais ia cantar pra mim as músicas de Chico da Silva e me mandar adivinhar. Eu não ia mais cantar Morena Tropicana, de Alceu Valença, ou Meu Amigo Charlie Brown, de Benito di Paula (inclusive, ele me contou que Benito di Paula é o mestre do samba no piano) junto com ele, com um largo sorriso e fazendo uma segunda voz. Eu não cantaria mais Porto Solidão para ele continuar junto comigo. Eu não teria mais o meu mestre da MPB, que cantaria Caetano Veloso, Edu Lobo, Chico Buarque, Gal Costa, Nana Caymmi e Maria Bethânia comigo. Eu tinha perdido o meu modelo de pai.

Quando o dia terminou, eu fiz uma promessa para mim mesmo. Eu prometi para mim que honraria sua vontade. Prometi pra mim que eu faria o que ele não fez. Prometi pra mim que votaria em Aécio Neves para Presidente da República. Eu já votaria no neto de Tancredo, por várias razões. Mas a vontade de meu tio e o fato de ele não ter tido tempo de executá-la me deu ainda mais forças para ajudar a tirar o PT do poder.

É porque eu quero um país melhor que vou votar em Aécio Neves. É porque eu quero mais liberdade, mais justiça e mais democracia que eu vou votar em Aécio Neves. Mas acima de tudo, votarei no neto do Dr. Tancredo Neves para honrar a memória do meu tio, meu velho, meu amigo. E quando eu o vir novamente na manhã de luz, muito além do Sol, quero que ele saiba disso. Sei que ele vai ficar feliz, embora nossas atenções estejam sempre voltadas para o Deus que nos remiu na cruz.

Torcedor roxo do Botafogo, lembro-me de uma vez em 2013 em que eu, meu irmão e minha cunhada assistíamos ao clássico Flamengo x Botafogo junto com ele, aqui em casa. Nós com a camisa do Flamengo, ele com a camisa do Botafogo, especial, que ganhara do genro Rodrigo. No primeiro gol do Flamengo, comemoramos na cara dele. Ele falou "É? Beleza. Bora ver quem ri por último". Dito e feito. Botafogo fez dois gols no Flamengo. Em cada gol, ele gritava "PEGA, FILHA DA PUTA!", e dançava na nossa cara. Aliás, "filha da puta", tanto se referindo a homem quanto a mulher, foi um palavrão que nunca saiu do seu vocabulário pessoal. Nunca nos importamos com isso.

Abaixo, minha última foto com tio Assis, de quem sentirei e sinto muitas saudades até o dia em que ele ressuscitar. A careta foi proposital mesmo. Ele nunca foi de formalidades. Ele sempre conservou o sorrisão. E é desse sorriso que eu vou me lembrar pra sempre, até o dia em que eu o vir sorrindo novamente, vendo o nosso Cristo e recebendo a coroa dos salvos.


 Lucas Vítor Sena

domingo, 12 de outubro de 2014

Quando o racismo ultrapassa os gramados

Quantas vezes nós presenciamos casos de racismo no futebol? Citamos, como exemplo, Mario Balotelli, atualmente do Manchester United, e Daniel Alves, do Barcelona, que sofreram racismo na Europa. Recentemente, o goleiro Aranha, do Santos, foi hostilizado por uma torcedora do Grêmio, o que gerou várias represálias à moça, gaúcha e branca. Prato cheio para a galera dos Direitos Humanos.

No entanto, o que me deixa mais triste é que o racismo entre torcidas é o mais constante. Todos nós sabemos que existe a zoeira. E pelas leis internéticas, a zoeira nunca acaba. Mas quando a zoeira ultrapassa os limites da Internet, precisa ser contida.

Hoje, pela Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, aconteceu o jogo Flamengo x Cruzeiro. Flamengo, em 10° lugar, deu uma sova de 3x0 no Cruzeiro, líder isolado do campeonato. Até aí, tudo bem. Flamengo comemora, Cruzeiro chora, mas recupera. Continua sendo líder isolado. Mas o que aconteceu aqui em Manaus foi bem pior.

Tenho um grande amigo da faculdade, com quem faço meus trabalhos e com quem já fui ao Intercom Nacional desse ano pra trazer um prêmio do Expocom Nacional. É amazonense de nascimento, mas mineiro de coração. Hoje, ele e a família foram hostilizados demais pelo simples fato de serem cruzeirenses. Seu pai é mineiro, e como todo bom mineiro, herda e passa pro filho a paixão pelo time.

Depois do jogo, eu ia zoá-lo. Ele devia estar na procissão de Nossa Senhora de Aparecida prestando homenagens à Padroeira do Brasil, e eu achava que não assistira ao jogo. Ele me contou que quando chegou em casa pra assistir ao jogo, algumas pessoas viram uma bandeira do Cruzeiro pendurada na parede de fora da casa e começaram a tacar ovos na casa. Além disso, tem sido atacado constantemente desde o jogo, com mensagens que diziam que seu pai deveria voltar para Minas Gerais, pois veio pra Manaus pra roubar os empregos dos amazonenses.

Eu pergunto, meus senhores: somos animais? Me respondam, com toda a franqueza. Somos animais? Porque a atitude que tomaram e ainda estão tomando contra o rapaz é a mais animalesca possível. É racismo! É discurso de ódio, como gostam de falar! Preconceito baseado em naturalidade é o pior tipo de preconceito que se pode ter. Vide o que fizeram Hitler, Stálin, Tito, Milosevic e Ceausescu.

Enojam-me, sinceramente, atitudes como essa. Quando é que vamos parar de julgar uma pessoa a partir do time que torce e vamos julgá-la pelo seu caráter e atitudes? Quando é que vamos criar vergonha na cara e parar com esse maldito ódio entre times e torcidas?! Somos rivais? Somos! Precisamos hostilizar? Não! Marcelo Moreno, Éverton, Eduardo da Silva e Alexsandro não vem de Belo Horizonte ou do Rio de Janeiro pra pagar nossas contas.

Fomos, na Criação, dotados por Deus de consciência e poder de discernimento. Que tal usarmos um pouco desse poder de discernimento? As rivalidades Cruzeiro x Atlético-MG, Flamengo x Vasco, Internacional x Grêmio, Corinthians x São Paulo, Santos x Palmeiras sempre irão existir. Cabe a nós agirmos com consciência e não nos deixar levar pelas emoções. Oxalá possamos voltar a agir como humanos. Do contrário, vamos agir sempre como animais, já que atitudes assim são tomadas só por animais.

Lucas Vítor Sena

sábado, 11 de outubro de 2014

Porque a República vai cair. Ou: O sistema ideal para o Brasil

Em época de eleição, tanto regional quanto presidencial, é sempre a mesma coisa. De um lado, o PT. Do outro, o PSDB ou outro partido coligado. Acaba ganhando um desses dois, e não alguém que represente de verdade uma mudança para o país. Em 1993, o Brasil teve a chance de escolher entre três formas de governo: a república presidencialista, a república parlamentarista, e a monarquia parlamentarista. Nossos pais e tios, naquela época, preferiram a república presidencialista, e hoje nós colhemos os resultados disso. Com toda a franqueza, digo: o Brasil fez uma péssima escolha.

Todos devem ter estudado na escola a história do Brasil, que em 1889, o nobre Marechal Deodoro da Fonseca destituiu o tirano Imperador D. Pedro II e proclamou a república e a liberdade. Afirmo, com toda a sinceridade, que isso é história pra boi dormir. É balela. Nada mais do que isso. Explico a razão.

Em idos dos anos 1880, o Brasil vivia um tempo de progresso. As leis contra escravidão já vinham sendo aprovadas desde o final dos anos 1860. O Brasil, naquela época, era considerado um país de primeiro mundo, e Sua Majestade, o Imperador Pedro II, gozava de prestígio sem igual entre os brasileiros e era sempre escolhido como árbitro de várias questões mundiais. Para se ter uma noção do respeito que se tinha pela figura de Pedro II, em 1876, quando este visitou os Estados Unidos da América, em tempo de eleições presidenciais, chegou a receber quatro mil votos!

O Império do Brasil era considerado, nos anos 1870, como um país que hoje seria chamado de primeiro mundo. Tínhamos a Real Academia Militar de Fortificação e Desenho, que hoje é o Instituto Militar de Engenharia do Exército Brasileiro, uma das primeiras em todo o mundo e a primeira do Brasil na área da Engenharia; o Imperial Instituto para Meninos Cegos, dirigido pelo professor Benjamin Constant, que hoje é o Instituto Benjamin Constant, referência na área de educação para deficientes visuais;,o Imperial Colégio Pedro II, que deu origem ao Colégio Pedro II, tradicional do Rio de Janeiro e que originou os vários Colégios Militares; e etc. No Amazonas, o Gymnasio Amazonnense Pedro II, hoje Colégio Amazonense D. Pedro II, e o Instituto de Educação do Amazonas, foram fundados em 1884 e 1880, respectivamente, pelo próprio Imperador ou um representante seu.

No campo da integração nacional, o Brasil possuía mais de 5000 km em estradas de ferro, que faziam ligação tanto entre cidades quanto ligação entre as cidades e os principais portos do país, como Paranaguá e Santos. Nas Forças Armadas, Mar e Terra estavam bem avançados. Tínhamos estrangeiros e oficiais brasileiros treinados em Portugal, França e até mesmo na Escola Militar da Praia Vermelha, que originou a Academia Militar das Agulhas Negras. Nossa Marinha de Guerra era uma das mais avançadas em todo o mundo, perdendo apenas para a Marinha da Inglaterra. Tanto é que durante a época da Questão Christie, o Brasil não se acovardou, e Pedro II mandou dizer à Rainha Vitória (em termos atuais): "se Vossa Majestade quer brigar, pode vir. só não reclame depois".

O Imperador Pedro II prezava pela educação. Tanto que era homem letrado, versado em várias línguas e ciências. Falava inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, latim e até o provençal. Sabia matemática, astronomia, política, geografia, Direito, entre outros. Patrono das artes e das ciências, financiou várias expedições científicas europeias que vinham fazer estudos no Brasil. Também pagava com o seu soldo (que nunca aumentou, em 59 anos de reinado) os estudos de jovens na Universidade de Coimbra e até mesmo as despesas de jovens músicos que iam estudar na Europa, sem pedir nada em troca. Graham Bell foi um destes, depois que o imperador assistiu a uma demonstração de funcionamento do telefone, na Exposição Internacional da Filadélfia, em 1876. Vale lembrar que o imperador foi o primeiro que testou o telefone publicamente. Villa-Lobos, compositor de "O Guarani", foi também um dos que tiveram seus estudos pagos pelo Imperador. A maestrina Chiquinha Gonzaga, embora fosse contra o sistema monárquico, era mais que admirada por Pedro II, trazendo um tom mais brasileiro às polcas e valsas originárias da Europa. Foi daí que surgiu o maxixe e o samba, tudo no piano.

Engana-se quem pensa que a Família Imperial era escravista. Pedro I, em carta a um de seus conselheiros, logo após o lançamento da Constituição de 1824, disse que era um desejo seu a libertação de todos os escravos. No Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, Pedro II sempre abrigou escravos, dando-lhes a carta de alforria em todas as vezes que estes eram descobertos. Conta-se que certa vez, quando o Imperador estava fora do Brasil e Isabel era a Regente Imperial, foram alforriados mais de 50 escravos que haviam se escondido na Quinta da Boa Vista. André Rebouças, amigo pessoal de Pedro II, era negro, e tornou-se engenheiro, sempre sob a proteção do Imperador. O apreço que os negros tinham pela Princesa Isabel era tamanho que eles mesmos formaram a Guarda Negra, que protegia a Princesa e a Família Imperial.

Em 1888, a Princesa, pelo seu dever, assinou a Lei Áurea. Logo depois da assinatura, o Barão de Cotegipe lhe proferiu em tom profético: "Vossa Alteza Imperial libertou uma raça, mas perdeu um trono!" A princesa, calma e serena, mas confiante, lhe respondeu: "Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os negros do Brasil". O Imperador, que estava se tratando de grave doença em Milão, enviou nota à Isabel parabenizando-a pela sábia decisão, e até o Papa enviou-lhe a Rosa de Ouro, em agradecimento pelos préstimos à raça humana. Inclusive, não era segredo para ninguém que Isabel tinha o desejo de libertar mais ainda os negros, provendo-lhes auxílio do Banco Imperial a partir do ano de 1890, a fim de que eles se estabilizassem economicamente mais rápido. A Princesa, muito à frente de seu tempo, ainda provou ser uma pioneira, querendo dar às brasileiras o direito de votar. Mas tudo mudou.

A Proclamação da República foi um golpe militar, orquestrado por Benjamin Constant e mais algumas pessoas do Partido Republicano. Deodoro nem estava no meio ainda. Entrou na briga quando descobriu que um antigo desafeto seu, o gaúcho Gaspar da Silveira Martins, poderia assumir a Presidência do Conselho de Ministros a partir de dezembro de 1889 em lugar do Visconde de Ouro Preto, a pedido do Imperador. Vale lembrar que em 1883, os dois disputavam a Presidência do Rio Grande do Sul e o amor da Baronesa de Triunfo, Maria Adelaide Medeiros. Silveira Martins ficou com o Rio Grande e Adelaide. E Deodoro ficou bem chateado, pra não dizer puto.

"Então quer dizer que quem acabou com a Monarquia foi uma mulher?" Sim. Tem dúvida? Recorra a Laurentino Gomes, no livro 1889. À época do Golpe, Deodoro estava doente, assinando a declaração de independência na cama. Constant e outras lideranças se incumbiram de tratar do resto.

Deodoro foi tão desonesto que mandou um mensageiro, o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, dizer ao Imperador que este tinha menos de 24 horas para deixar o Rio de Janeiro e o Brasil. Sua Majestade tinha acabado de descer de Petrópolis, já tinha ciência da proclamação e não faria oposição, embora Ouro Preto, o Conde D'Eu e tantos outros insistissem em organizar a resistência. Deixaria o Rio de Janeiro na tarde do dia 17 de novembro. Mas houve tamanha desonestidade por parte das lideranças republicanas que a Família Imperial - que tinha um imperador e uma imperatriz já idosos, além da Princesa Isabel e do Conde D'Eu, seus filhos e todos os outros agregados - foram obrigados a deixar o Rio de Janeiro na madrugada do dia 16 para o dia 17 - na calada da noite, como fugitivos - em direção a Lisboa e depois a Paris. A imperatriz Teresa Cristina faleceu em Paris, apenas três semanas depois de chegar à Europa. Pedro II morreu num hotel em Paris em 1891, sendo enterrado no Panteão dos Braganças, túmulo de sua família, a Real Portuguesa, na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa. Em 1922, os restos da Imperatriz Teresa Cristina e do Imperador Pedro II foram trasladados para o Brasil. Na ocasião, foi proclamado feriado nacional, e por onde passava o esquife dos imperadores, era ovacionado. Foi sepultado no Mausoléu Imperial, na Catedral de Petrópolis, onde está até hoje.

Depois da Proclamação, o Brasil mergulhou num período ditatorial. Instituiu-se a famigerada República da Espada, chefiada pelos Marechais Deodoro e Floriano Peixoto, este último tão cruel quanto um chefe do Primeiro Comando da Capital ou das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Em Nossa Senhora do Desterro, capital de Santa Catarina, Peixoto mandou matar com requinte de crueldade todos os que lhe eram opositores e eram a favor da volta do Imperador. Logo depois, a cidade mudou de nome. De Nossa Senhora do Desterro, passou a se chamar Florianópolis. Pois é. Além, claro, da Guerra de Canudos, que massacrou homens, mulheres e até crianças.

Depois de eu ter feito você ler tudo isso, você deve estar se perguntando: "Tá, e daí? Pedro II morreu, Deodoro assumiu, e aí? O que isso tem a ver com as eleições?"

Simples. Por causa de Deodoro, nós vivemos nessa maldita dicotomia entre escolher o menos pior e um ligado ao Foro de São Paulo (posso falar disso noutro post). Depois da Proclamação da República, em pouco mais de 120 anos, tivemos (vamos contar?) três ditaduras, SEIS (1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1988) Constituições, e algumas vergonhas das quais não devemos nos orgulhar, como apoiar nazistas, fechar jornais, censurar a imprensa, cassar liberdades individuais, e por aí vai.

"Ah, mas eu não vou pagar meus impostos pra sustentar uma Família Imperial composta de vagabundos!"

Amigo, lamento te dizer, mas você sustenta as famílias de Fernando "Corda de Merda" Collor de Mello, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Até pouco tempo atrás, sustentava também a de Itamar Franco. Então não vem com essa de que "vou sustentar uma família de vagabundos". Você já sustenta cinco vagabundos com os seus impostos.

"Ô seu filho de uma égua, você sabe o quanto custa sustentar uma monarquia?"

Faz o seguinte? Compara os gastos que o Reino Unido tem com a Família Real. Aí depois você compara os gastos que a República Portuguesa tem com Cavaco Silva. E depois, compara com os gastos que o Brasil tem com a Dilma Rousseff. Um Imperador é educado desde a tenra infância para gerir uma nação um dia. Uma criatura dessas não vai, em sã consciência, afundar o país. Tudo o que ele puder fazer de melhor para o desenvolvimento do país, ele vai fazer. Só um exemplo rápido: Elizabeth II, rainha da Inglaterra, subiu ao trono oficialmente em 1953. Teve como primeiros-ministros Winston Churchill, Margaret Thatcher, baronesa Thatcher de Kesteven, Tony Blair e David Cameron. Nomes competentíssimos, que em situações de crise, ajudaram a Rainha a sustentar o país. Hoje, a Rainha tem mais da metade da aprovação do povo. Querem adotar um sistema republicano? Pouquíssimos.

Pra terminar, deixo com vocês um pensamento do Visconde de Ouro Preto, publicado no livro Advento da Ditadura Militar no Brasil:

"O Império não foi a ruína. Foi a conservação e o progresso. Durante meio século, manteve íntegro, tranquilo e unido território colossal. O império converteu um país atrasado e pouco populoso em grande e forte nacionalidade, primeira potência sul-americana, considerada e respeitada em todo o mundo civilizado. Aos esforços do Império, principalmente, devem três povos vizinhos deveram o desaparecimento do despotismo mais cruel e aviltante. O Império aboliu de fato a pena de morte, extinguiu a escravidão, deu ao Brasil glórias imorredouras, paz interna, ordem, segurança e, mais que tudo, liberdade individual como não houve jamais em país algum. Quais as faltas ou crimes de Dom Pedro II, que em quase cinquenta anos de reinado nunca perseguiu ninguém, nunca se lembrou de uma ingratidão, nunca vingou uma injúria, pronto sempre a perdoar, esquecer e beneficiar? Quais os erros praticados que o tornou merecedor da deposição e exílio quando, velho e enfermo, mais devia contar com o respeito e a veneração de seus concidadãos? A república brasileira, como foi proclamada, é uma obra de iniquidade. A república se levantou sobre os broquéis da soldadesca amotinada, vem de uma origem criminosa, realizou-se por meio de um atentado sem precedentes na história e terá uma existência efêmera!"

As palavras de Ouro Preto já estão se cumprindo. A República, depois de vários escândalos de corrupção, tanto do PSDB e seus coligados quanto do PT e seus coligados, está com os seus dias contados.

#MonarquiaJá.

Lucas Vítor Sena

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Análise política contemporânea amadora - PARTE III

"Onde andará a justiça outrora perdida? Some a resposta na voz e na vez de quem manda! Homens com tanto poder e nenhum coração; gente que compra e que vende a moral da nação!

Brasil, olha pra cima; existe uma chance de ser novamente feliz! Brasil, há esperança; volta teus olhos a Deus, Justo Juiz!" - Pra Cima Brasil, João Alexandre, cantada de forma belíssima pelo quarteto Arautos do Rei.

No último dia 5 de outubro, o Brasil foi obrigado (sim, já que esse tipo de convite ou você aceita ou paga multa) a comparecer às urnas eletrônicas em todo o país para escolher os deputados estaduais e distritais, deputados federais, senadores, governadores e o novo Presidente da República. E pela vontade do povo brasileiro, Dilma Rousseff e Aécio Neves estão no segundo turno para a Presidência, com 7% de diferença um do outro. Cenário mais que surpreendente, já que as pesquisas do Ibope e do DataFolha feitas antes das eleições mostravam um segundo turno com larga diferença entre PT e PSDB. Não foi o que aconteceu. Numa virada surpreendente, Aécio passou Marina Silva (PSB) e ficou com 33% dos votos, enquanto Dilma ficou com 40%. Segundo cientistas políticos, esse foi o pior resultado do PT desde que venceu as eleições de 2002.

E digamos que, com a ida de Aécio e Dilma para o segundo turno, as coisas começaram a dar uma guinada interessante. Na segunda-feira (6), as ações da Petrobras, desvalorizadas em virtude do escândalo do Petrolão, tiveram uma alta de 20%. Segundo a zoeira internética, Aécio fez mais pelo Brasil em 1 dia do que Dilma em 4 anos de governo.

Diante do cenário de segundo turno, a parte publicitária do PT aproveitou para trabalhar. Agora, não se nega mais que Dilma foi presa na ditadura. Inclusive, usam sua foto da ficha policial do DOPS para ilustrar a campanha da "Mulher do Coração Valente". Só cabe lembrar que ela e seu grupo guerrilheiro, o Colina, estiveram envolvidos em vários crimes no período da Ditadura, como o assassinato do capitão Chandler e do major Westernhagen, o assalto à casa do governador Ademar de Barros, e o assalto do quartel do II Exército, em São Paulo, que vitimou o jovem soldado Mário Kozel Filho, de 18 anos.

Mas não é só a favor de Dilma que o PT trabalha. Contra Aécio, os Militantes em Ambientes Virtuais do partido estão a todo vapor, plantando fakes e robôs com o objetivo de desmoralizar o candidato. Exemplo é de um print de duas publicações no Facebook de uma suposta eleitora de Aécio, chamando os nordestinos de burros porque votaram em Dilma no primeiro turno. Fazendo una investigação mais acurada no perfil da moça, descobre-se que ela é petista. Como é que mudou de lado tão rápido? Pois é.

O apoio de Marina Silva, coadjuvante dessas eleições, está mais do que disputado pelos dois candidatos, embora a candidata do PSB já tenha dito que vai apoiar Aécio. Assim, pelo menos metade dos 22 milhões de votos que foram para a acreana irão para o ex-governador de Minas Gerais. No entanto, Dilma já corre, e pelo visto, retirou todas as ofensas que proferiu contra Marina antes do primeiro turno. Luciana Genro, que arrematou mais de 1 milhão de votos, já está estudando apoiar a candidata do PT, enquanto Everaldo Pereira e Levy Fidelix já avisaram: estamos com Aécio.

Pesa, entretanto, sobre a cabeça do neto do Dr. Tancredo Neves, as acusações sobre o helicóptero dos Perrella, com 1t de cocaína, e a construção do aeroporto da cidade de Cláudio, em Minas Gerais. Desde a descoberta de todas essas acusações, Aécio, mesmo que esteja falando a verdade, tem tido dificuldades para explicar tudo isso. Não por sua culpa, mas por causa da mídia e dos blogueiros e jornalistas pró-PT, que sempre querem encontrar brechas em cada fala, discurso e explicação do candidato. Dilma, não satisfeita, se pôs a atacar diretamente Armínio Fraga, que num eventual governo de Aécio, seria ministro da Fazenda. Vale destacar que Fraga já foi cotado para assumir o Federal Reserve Bank dos EUA e até mesmo o Fundo Monetário Internacional. Excelente currículo.

O fato é: a corrida para o Planalto está ficando cada vez mais acirrada. Com a desinformação sendo plantada constantemente e os problemas que aconteceram na hora da votação, o eleitor médio sofre um certo receio de votar em quem quer que seja. No entanto, deve entender que no segundo turno, estará decidindo o seu futuro. E não só o seu, mas o de todo o país.

Lucas Vítor Sena

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Igualdade, fidelidade e feminismo

Tem um certo tempo que eu tô querendo escrever sobre isso. Volto a repetir: se ao longo desse texto você se sentir magoadinho, a porta da rua é serventia da casa. Clique no "X", feche a janela ou a aba e seja feliz.

(Livremente inspirado no mais recente texto da socialista mais talentosa em escrita poética dessa Manaus, a caloura Ana Luiza Santos, dona do Cotidiano Escrito. Inclusive, se você gosta de Marcelo Camelo e Los Hermanos, vá lá.)

"Mulher, só sei que sem alma, vou baixinho à calma, e aos teus pés eu fico a implorar! O teu amor tem um gosto amargo, e eu fico sempre a chorar desta dor por teu amor, por teu amor, mulher!" Emílio Santiago.

Quero escrever esse texto direcionado a você, que segundo a Bíblia, foi feita por Deus da costela do homem. Sim, é com você mesmo, que em algum momento da vida, durante nove meses, carregará um curumim no ventre e orará e cuidará dele até o dia em que não puder mais. Sim, é com você, mulher. Mas não é pra mulher que fica em casa, submissa ao marido. É pra você que estuda, trabalha, faz estágio, é independente, parece o Juninho Pernambucano comentando sobre futebol, a Cristiana Lobo falando sobre política e o Carlos Alberto Sardenberg falando sobre economia. É capaz de falar sem pestanejar a escalação do Flamengo no jogo contra o Botafogo, criticar o Pôjeto porque ele escalou Arthur ao invés do Peléverton e o Recife ao invés do glorioso Cáceres, e ainda especular sobre a subida do preço das ações na Bovespa em uma possível vitória do Aécio Neves no segundo turno. E que juntando isso tudo, ainda consegue ser estonteante e de uma rara beleza, sem maquiagem.

Imagine que você, durante um passeio pela Ponta Negra ou numa mesa do Armando ou ainda num passeio pelo Shopping Ponta Negra, esbarra num cara. Os olhares de vocês se cruzam e vocês se olham por um bom tempo. Um pergunta o nome do outro, pedem WhatsApp e começam a conversar (utópico, não?). Conversa vai, conversa vem, vocês decidem marcar um encontro no Touchdown pra assistir um jogo da NFL, gosto que vocês tem em comum. Você meio com o pé atrás, decide aceitar o convite dele.

No dia, você chega um pouco mais cedo do trabalho, toma um bom banho, passa só uma chapa no cabelo, pouca maquiagem, coloca um vestido e voilà! Está linda! Ele te busca em casa e #partiu Touchdown. Entram, assistem o jogo, comem e etc. Na hora de pedir a conta, ele paga. Como uma boa moça independente, você insiste para pagar, mas ele é cavalheiro, não aceita a sugestão e paga tudo. OK. Na saída, um meliante aborda vocês. Arma na mão, a voz gritando "passa grana e celular ou morre!"

Das duas, uma: 1) o cara incorpora o espírito do Super-Homem e do Homem-Aranha, parte pra cima do meliante, arranca a arma da mão dele e imobiliza-o. Nesse meio tempo, você já chamou a Polícia, que chegará em 5 minutos. Ou 2) o cara incorpora o espírito da princesinha indefesa, sai gritando e correndo feito uma moça, você fica pra trás sem celular e sem dinheiro. Com um pouco de sorte, fica o dinheiro do 215. Pergunto: qual das duas opções prefere? Nessas horas, o feminismo vai embora e você prefere a primeira, com absoluta certeza.

Meliante devidamente preso e encaminhado à Vidal Pessoa, o rapaz, como um bom cavalheiro, te deixa na sua casa que fica ali no Campos Elíseos, enquanto ele mora num condomínio na Raiz. Por aí, cê tira que ele já quer algo a mais. Antes de sair do carro, vocês marcam outra saída. Dessa vez, pra Ponta Negra, para respirar um pouco de ar fresco de noite. Duas semanas depois, você está pronta, e ele se atrasa por 10 minutos, já que o engarrafamento na Constantino Nery e na Estrada dos Franceses está horrível. Ele te busca e #partiu Ponta Negra. Seu coração já tá batendo mais forte por ele.

Lá na Ponta Negra, vocês passeiam, tomam um açaí na Waku Sese ou um sorvete na Glacial, tiram algumas fotos no Anfiteatro e pronto. Fica tarde, e ele vai te deixar em casa, não sem antes te roubar um beijo. Você fica nas nuvens, aguardando o próximo encontro. E não para de olhar o WhatsApp com o contato dele e até as fotos que vocês tiraram na Ponta Negra.

Dia seguinte, você acorda pra ir pra UFAM (você estuda Jornalismo e estagia no G1) e resolve lanchar na Faculdade de Direito. E se surpreende quando o vê numa das mesas com uma outra moça, e com uma certa intimidade. Cê volta pra sala, chora no caminho, e fica mais calma. Das duas, uma: 1) ou você resolve dar o troco, ficando com outro cara; 2) ou você não se rebaixa ao nível dele, chora mais um pouquinho e esquece.

"Ah, mas ele vai ter o que merece! Ah, se vai! Ele vai ver o que é bom pra tosse!"

Moça, na boa, remédio bom pra tosse, segundo os médicos que me atendiam no hospital, é Ambroxol. Pra crianças, Brondilat. E segundo minha mãe, é mel de abelha. Fica a pergunta: você precisa ser mesmo igual ao cara? Ele não foi fiel a você, verdade. Mas você precisa mesmo ser igual a ele? Mostre que você está por cima de outra forma, porque dessa não vai colar. A opinião dele sobre você vai mudar radicalmente. E mesmo que você não se importe nem um pouco com isso, vai pegar mal pra você, infelizmente.

Agora, voltando à história, mas com outro cenário. Você chega na cantina da FD e encontra o rapaz. Sozinho. Você pega seu lanche e senta com ele. Sem graça, tentam puxar assunto um com o outro. Por fim, resolvem falar sobre a noite passada. Blá blá blá vai, blá blá blá vem, vocês resolvem namorar. Pronto.

Tudo é paz, tudo é amor, várias fotos no Facebook, textos com 15 linhas no Instagram finalizando com as hashtags #meubem #amovocê #éprasempre resume o namoro de vocês. Até que, num certo dia, chegando no hall da FIC, você dá de cara com ele, de mãos dadas com uma moça. Pelas feições, você deduz que ela é da FES e faz Administração. Chega, surpreende, os dois gaguejam, e você arma um certo barraco em pleno hall da FIC, com os seguranças e até o diretor da faculdade tendo que apartar a briga. Nem em condições de assistir aquela aula de Política de Comunicação no Brasil e fazer a prova você está. Volta pro estacionamento, entra no carro e vai pra casa, andando pela estrada do Campus bem tranquila, na velocidade de 80 km/h. Em casa, corre pro seu quarto e chora copiosamente. Toma uma decisão.

"Não vou ser igual a ele. Homem pra mim acabou. Nenhum mais presta."

OK. Beleza. Aí você se fecha ainda mais. Uma desilusão fecha o seu coração completamente. Apaga as fotos (mas deixa só umazinha que é pra lembrar dele nas noites frias e calorentas de Manaus), deleta o histórico do Instagram, muda o status de relacionamento no Facebook de "em um relacionamento sério" para "solteira" e fala no Twitter "homens não prestam". Com o tempo, mais rancor chega, e você decide se fechar completamente. Não quer mais saber de nenhum homem, as mulheres são injustiçadas sempre, vivemos numa sociedade machista e patriarcal, onde todas as mulheres são oprimidas e devem lutar para que não sejam mais. Segundo você, os homens devem ser subjugados. Lamento dizer, moça, mas a senhora está assumindo uma postura de sexista, e não de feminista.

Segundo a minha amiga Ana Luiza (socialista, gente, mas nem por isso deixo de gostar dela, embora eu brigue com ela porque ela é #Dilmãe e eu sou #Aécio45 no presente momento. uma das raras pessoas com um pensamento esclarecido sobre questões de feminismo), há uma certa diferença. Se você quer subjugar a raça masculina, dizendo que eles são escória e devem ser escravizados, você é sexista. Se você adota uma postura diferente, vê o homem em pé de igualdade com você, dá a ele o devido respeito que todo ser humano merece, você está sendo feminista. E é nesse tipo de feminismo que eu acredito.

"Ô seu fidumaégua, onde é que entra a fidelidade aí, já que tu só falou de igualdade e feminismo?"

Muito simples, minha cara. O rapaz lhe traiu. Desonrou um compromisso que vocês assumiram. Com isso, você se vê desobrigada de continuar o compromisso com ele. É como um contrato. Se uma das partes quebra, paga multa pra outra. E no caso, a multa que ele pagou foi não ter mais uma mulher linda, estudiosa, batalhadora e honesta ao lado dele pra fazê-lo feliz. Mas você, como tem muito respeito, não vai se rebaixar ao nível dele. Vai honrar a sua parte. Não vai mais ficar com ele, mas também não vai dar o troco nele, embora este desgraçado mereça e muito um belo par de chifres. Mas pensa bem: quando um não quer, dois não brigam.

Embora ele tenha feito o que fez, não lhe cabe desrespeitá-lo também. Ponha um ponto final. Seja fiel. Você não prometeu ser fiel a ele. Prometeu ser fiel ao compromisso que vocês assumiram. E um dos termos dele é que caso um dos dois falhasse, o outro seria fiel e quebraria esse compromisso por respeito aos dois. Pronto. Aí ele vai reconhecer que você realmente é uma mulher de valor.

"Lucas, tá. Você colocou um ponto de vista aqui que até dá pra refletir. Achei meio merda e meio tosco, mas vou aceitar. Agora, você generalizou quando disse que o sexismo é causado por falta de fidelidade, e isso não foi legal."

Se generalizei, foi mal. Mas se você fizer uma certa pesquisa, você pode descobrir que boa parte das mulheres que se dizem feministas, mas que são sexistas, na verdade, passaram por algum tipo de desilusão ou trauma emocional no passado. Isso é grave, e traz sérias consequências. Um caso de pedofilia, um abuso sexual, uma seríssima desilusão amorosa que até trouxe uma depressão, e coisas do tipo. Isso é bem complicado, e pode ser superado com uma boa ajuda psicológica e mais do que isso, com a própria ajuda que vem de si mesmo. Além da ajuda do próprio Deus, é claro.

RESUMINDO A ÓPERA: pra quê ter rancor no coração se você pode ser feliz? Seja fiel às cláusulas imaginárias do compromisso e deixa o cara! Claro, sempre respeitando ele como pessoa, e deixando bem claro os limites um do outro. Assim, você vai ser uma verdadeira feminista, isto é, respeitar o outro sem reservas, sem ressentimento algum. Não o respeito forçado, mas o respeito conquistado, que, venhamos e convenhamos, é muito melhor que o forçado. E aí você vai conseguir de verdade ser superior ao outro em caráter e mentalidade.

Lucas Vítor Sena

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Mentalidade, eleição e poder

Nunca parei pra contar quantas vezes ouvi a frase "vou votar no Dudu porque ele ajudou a prorrogar a Zona Franca". Ou até mesmo a frase "Mazoca rouba, mas faz!". Ou até mesmo a mais infame de todas: "tô votando na Dilma porque ela prorrogou a Zona Franca e é amiga do Lula!". Pois é.

Em 18 anos de vida, cansei de ouvir frases assim. Minha mãe é um exemplo disso. Diz pra todo mundo que ama o Eduardo Braga, e que ele é o amor da vida dela. De brincadeira, claro. Mas ela diz que admira o Cadeirudo por causa da Zona Franca. Prefiro me manter calado e nem discutir, já que no entender dos maiores, nós, os mais jovens, somos considerados crianças.

Acontece que nós estamos crescendo. O poder de influência hoje está nas nossas mãos. Nossos pais conviveram com um Regime Militar que segregou algumas liberdades individuais sim, infelizmente. Temos uma herança política. Cabe a nós dizer se vamos torná-la bendita ou maldita. E quem mais vai usufruir disso serão os nossos filhos.

Temos que mudar a nossa mentalidade. Nossos pais também, por mais que seja difícil. Temos que parar de pensar que vamos votar em alguém só porque ele nos beneficiou e não beneficiou a outros. Braga ajudou a prorrogar a Zona Franca. Beleza. Mas e os investimentos em saneamento básico decente, em saúde, educação, etc? Melo "batalhou" pela prorrogação da Zona Franca. Beleza. Mas e a segurança pública (que tá uma bosta, inclusive)? Dilma prorrogou a ZFM? Beleza. Mas e as universidades públicas, que padecem de infraestrutura?

Temos que pensar no todo, e não só no nosso umbigo. Não posso votar em alguém só por que fez alguma coisa boa pelo meu Estado, mas deixou o país em ruínas. Não posso votar em alguém só por que fez alguma coisa boa pelo meu município, enquanto a infraestrutura dos demais municípios do Amazonas não tá boa. Deu pra entender o raciocínio.

Não tem mais necessidade de me alongar. Acho que a mensagem já foi bem passada. O poder de mudança tá nas nossas mãos. E é necessário mudar pra melhor. Vemos, todos os dias, que o Brasil não anda bem. Enquanto milhares padecem por falta de médicos (o Mais Médicos não deu certo, e tem muito médico fugindo pros EUA, com muita razão), a presidente da República sobe à tribuna da ONU e diz que as Nações Unidas devem "dialogar" com o Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Acontece que não dá pra dialogar com terroristas. Ou você morre ou então você mata. Infelizmente, é a verdade. A primeira opção está em voga no Iraque, infelizmente. E com requinte de horror e crueldade.

Vamos mudar. Precisamos mudar. Precisamos reverter o quadro. 12 anos de PT não deram certo. Os impostos subiram, as universidades caíram, e nada mais funciona como funcionava antes. O país está totalmente aparelhado. Vamos mudar, e a nossa mudança deve ser nas urnas. Do contrário, não teremos um país decente pra deixar pros nossos filhos.

Lucas Vítor Sena

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Direito de resposta

Se você não sabe o que é isso, explico: suponhamos que O Estado de São Paulo publicou uma notícia que ataca diretamente, com toda a verdade possível, a campanha da presidente Dilma Rousseff. A presidente se sente ofendida e evoca na Justiça o seu direito de resposta à notícia veiculada pelo jornal, que deverá ser publicado no próprio jornal ou em tempo da campanha do adversário.

Pois foi justamente isso o que aconteceu hoje. Há alguns dias, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma notícia muito boa, que dizia que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), ou, simplesmente, Correios, abriu exceção pra distribuir panfletos da campanha de Dilma Rousseff à presidência da República. Hoje, a campanha de Dilma entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral para pedir direito de resposta, alegando que nada disso aconteceu, e etc e tal.

Pergunto: cadê a democracia? A democracia tão pregada nas aulas de Filosofia, Sociologia e História no Ensino Médio e nas nossas aulas de História do Jornalismo (Fundamentos do Jornalismo e das Relações Públicas, no nosso caso), Sociologia da Comunicação, Fundamentos de Direito Aplicado ao Jornalismo, Introdução à Filosofia, e tantas matérias afins? Ao que eu saiba, democracia não é só dar direito para que o outro fale, mas sim, aguentar o que ele tem a dizer, mesmo que seja duro. E pelo o que eu sei, político, em tempos de campanha eleitoral, nem pode se manifestar tanto assim. Político bom, pelo o que eu sei, aguenta críticas calado. E da imprensa, então, nem se fala. Pedro II é o maior exemplo disso. Em tempos de Monarquia, os jornais da Capital Imperial atacavam Sua Majestade todos os dias. E nunca se soube que Sua Majestade mandou a Guarda Imperial fechar as sedes dos jornais do Rio de Janeiro.

No entanto, a Ditadura Militar no Brasil o fez. E foi condenada por isso. E na União Soviética, quem atacava Stalin por meio de um "projeto" de jornal (já que o único existente era o Pravda) era duramente punido com o fechamento do jornal, censura, gulag na Sibéria e até morte. Em Cuba, se alguém publica algum jornal que critica a Fidel, a Raul, o PCC e até mesmo a Revolução Cubana, é preso, já que o único jornal que deve existir em Cuba é o Granma, editado pelo Partido Comunista Cubano. E pelo visto, Dilma quer fazer a mesma coisa no Brasil. Há alguns meses, mandou Thomas Traumann, secretário de Comunicação Social da Presidência da República, dar um jeito de calar Rachel Sheherazade, do SBT. E foi o que aconteceu.

Na minha opinião, político tem que aguentar porrada sim, e calado. Não quero ser radical ou preconceituoso. Sou estudante de Jornalismo, e tenho analisado não só no âmbito regional, mas também no nacional, o que vem acontecendo. E por isso é que eu repito: em época de campanha eleitoral, político tem aguentar porrada sim. E calado. Senão, como é que ele vai aguentar porrada da imprensa pelos próximos quatro anos?

Direito de resposta, pra mim, não se mostra em documento. Direito de resposta, pra mim, se consegue com trabalho. O direito de resposta de Dilma deve ser o trabalho que ela faz em prol do país. No entanto, Mariel está lá, bem edificado em Cuba, enquanto as universidades federais brasileiras padecem com falta de recursos para pesquisas e infraestrutura. Não vou longe. O maior exemplo está a uns 5,0km de mim. Chama-se Universidade Federal do Amazonas.

Fundada em 1909, a primeira escola universitária do Brasil hoje conta com as seguintes unidades: Instituto de Ciências Humanas e Letras, Faculdade de Estudos Sociais, Faculdade de Direito, Escola de Enfermagem de Manaus, Faculdade de Tecnologia, Faculdade de Educação, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Medicina, Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Faculdade de Ciências Agrárias, Instituto de Ciências Biológicas, Instituto de Ciências Exatas, Instituto de Computação e Faculdade de Psicologia, além dos campi do interior do Estado. Muito em breve, contará com a Faculdade de Informação e Comunicação, que será desmembrada do ICHL. Todas essas unidades acadêmicas padecem de recursos para pesquisa e infraestrutura. E no entanto, Dilma Rousseff está preocupada em conseguir um direito de resposta pra responder O Estado de São Paulo à altura.

Por favor, senhora presidente. Se a senhora não aguenta apanhar de um jornal ou de qualquer veículo de comunicação, não se candidate à Presidência novamente. O Brasil precisa de uma pessoa que tenha pulso firme. Precisa de alguém que se preocupe com nossas instituições, e não as saqueie violentamente como faz o PT. O Brasil precisa de alguém que não precise de direito de resposta, uma vez que o seu trabalho é a sua resposta à acusações infundadas. Resumindo: o Brasil não precisa mais da senhora, presidente Dilma. A senhora não tem pulso e nem capacidade pra gerir o Brasil.

Lucas Vítor Sena

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

[RESENHA] A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira, de Sidney Garambone

Eu disse que além de falar sobre política, iria falar sobre algumas outras coisas por aqui também.

Galerinha, um dos planos que eu tenho é publicar, nesse blog, algumas resenhas de livros que eu tô lendo. O primeiro deles é o "A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira", do talentosíssimo Sidney Garambone. Garambone é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Ele foi correspondente do Jornal do Brasil em Paris, assinou coluna no O Globo, foi chefe da sucursal da IstoÉ no Rio de Janeiro, cobriu a Copa do Mundo da França, em 98, a Copa do Mundo do Japão, em 2002, e as Olimpíadas de Atenas, em 2004. Resumindo, o cara é fera. Sem mais detalhes.

Onde eu consegui o livro? Bem... sabem o Intercom Foz 2014? Então... eu e o Felipe, um amigo da faculdade, fomos para Foz do Iguaçu pra apresentar nossos trabalhos e lá assistimos a palestra do Garambone, que era o mesmo tema do nome do livro, com mediação do prof. Allan Rodrigues, meu orientador (que me fez uma bela vergonha no meio de todo o Auditório da UDC ¬¬'). No final, ele abriu pra platéia perguntar e responder algumas perguntas dele. Perguntei, respondi e acabei ganhando o livro. Autografado, de quebra.

Segue algumas fotos (amadoras, OK?) da palestra do Garamba:

Garamba falando pra galera no Auditório Elias Hauagge, na UDC.
Garamba falando pra galera. Ao fundo, prof. Allan Rodrigues.
Garamba e um amazonense futuro correspondente internacional
Livro autografado pelo Garamba
A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira.



















Pois bem. O livro, como o próprio nome já diz, conta a relação entre a nossa querida imprensa tupi-guarani e o primeiro grande conflito armado do mundo no século XX: la Primera Guerra Mundial. No livro, Garambone não só faz uma análise da atuação da imprensa brasileira durante o conflito, mas do próprio modo brasileiro de fazer jornalismo entre 1900 e 1920, que mudou drasticamente. Segundo ele, perdeu-se o jornalismo romântico, das críticas, das poesias, da literatura, e adotou-se o jornalismo de notícias, que fomentaria a opinião pública.

Ainda o livro conta sobre como os jornais brasileiros começaram a relatar a Guerra. O livro é uma adaptação da dissertação de mestrado do Garambone, e pra fazer as análises, ele escolheu os jornais Correio da Manhã e Jornal do Commercio, sendo que existiam no Rio de Janeiro de 1914 nada mais nada menos do que SETE jornais. Isso mesmo, SETE. Não dá pra analisar os sete, então ele pegou apenas dois e edições específicas disso.

Pra se ter uma noção, o jornal que deu um pouco mais de destaque ao início da guerra, em 28 de junho de 1914, foi o Jornal do Commercio, com a notícia do assassinato do príncipe Francisco Ferdinando e da princesa Sofia, na edição 29 de junho de 1914, ocupando um bom espaço na primeira página. Ao contrário do Correio da Manhã, que dedicou meras linhas na quarta página do jornal, na seção de Telegramas. A partir de 30, 01 de julho e todos os outros dias, esses dois jornais passaram a fazer a cobertura brasileira da guerra, a partir de notícias que chegavam via telex da Havas, da American e depois da boa e velha Reuters.

No livro, o Garamba conta que antes de o Brasil entrar realmente no conflito, as notícias que chegava de Berlim, Paris, Viena e Belgrado ficavam sempre lado a lado das notícias da capital da República. No entanto, à medida que 1917 ia chegando e os alemães torpedeavam embarcações brasileiras no Oceano Atlântico ou até mesmo em águas brasileiras, os jornais começavam a clamar a Venceslau Brás, presidente da República, e ao Ministério das Relações Exteriores, chefiado por Lauro Müller, que o Brasil declarasse guerra ao Império Alemão, o que de fato aconteceu. Aliás, vocês sabiam que o Brasil participou da guerra apenas com o envio de uma missão médica, que patrulhava o litoral africano? E que alguns dos brasileiros que foram mandados morreram por causa da gripe espanhola? E que o Uruguai foi o único país além do Brasil a declarar estado de guerra contra a Alemanha? Pois é.

Em resumo: A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira é um livro muito bom. Fundamental pra quem quer entender um pouco da transição entre o jornalismo literário e o jornalismo de notícias mesmo. Recomendo não só para a área de História do Jornalismo, mas também pra área de História Geral e do Brasil. Gosto de dizer que nossa imprensa é que conta nossa história. Esse livro é um excelente exemplo.

Lucas Vítor Sena

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Análise política contemporânea amadora - PARTE II

Como eu já falei, o dia 5 de outubro está cada vez mais próximo. E no cenário regional, as principais forças são figurinhas repetidas, mas que têm grande força no Amazonas.

De um lado, Eduardo Braga (PMDB), mais conhecido pela alcunha de "Cadeirudo", que chefia a coligação "Renovação e Experiência". Como sua vice, temos a deputada federal Rebecca Garcia, filha de Francisco Garcia, eminente figura do cenário político amazonense. Ocupando a candidatura ao Senado, o deputado Francisco Praciano (PT), autor da polêmica lei que proibia o ensino da língua inglesa (!) no Amazonas. A coligação chefiada por Braga é representante da presidente Dilma Rousseff no Amazonas.

Do outro lado, o economista José Melo (Pros). Melo, ex-secretário de Estado da Educação, foi vice-governador na gestão de Omar Aziz. Quando Aziz renunciou para se candidatar ao Senado, Melo assumiu o governo do Estado. Como seu vice, temos Henrique Oliveira, deputado federal e ex-candidato à Prefeitura de Manaus no pleito de 2012. Na candidatura ao Senado, o amazonense descendente de árabes Omar Aziz (PSD), é o titular. A candidatura de Melo é representante de Aécio Neves no Estado.

Outra figura importante do cenário eleitoral amazonense é o deputado Marcelo Ramos (PSB). Ramos, graduado em Administração pela Faculdade de Estudos Sociais (FES) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), talvez seja o queridinho da classe jovem e intelectual que circunda pela FES e pelo Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UFAM, por ser o representante de Marina Silva no Amazonas.

Entre os nanicos, encontram-se as figurinhas repetidas de sempre: Luiz Navarro (PCB), que de tanto se candidatar tanto a prefeito quanto a governador, já começa a cair nas graças do povo; e Herbert Amazonas (PSTU), que quer por que quer ser prefeito de Manaus ou governador do Amazonas. Além dos dois, o deputado Chico Preto (PMN) e o senhor Abel Alves (PSOL) são outros dois candidatos ao governo do Estado.

(Aliás, vale fazer duas odes à zoeira aqui: dá a impressão de que Abel é movido ainda na manivela; e #NavarroIsMyReligion.)

Os artifícios usados por Braga na campanha são os mais sujos e desonestos possíveis. Ativismo nas redes sociais com cabos eleitorais e hackers a seu favor é um dos meios usados pelo Cadeirudo pra desmontar seus adversários. Ainda ataca com todas as forças o pobre José Melo, de quem foi companheiro na campanha que o elegeu senador em 2010. Além de tentar acabar com Melo, Braga ainda ataca todos aqueles que dele discordam. É o caso do DJ Kléber Romão, que está sendo processado pela coligação encabeçada pelo Cadeirudo e sua vice. Nem mesmo o pobre Luiz Navarro, que disse algumas boas verdades em sua campanha na TV, escapa das artimanhas do paraense Braga.

Já Melo, com toda a sua simplicidade, procura não atacar diretamente a Braga. Tanto é que nas últimas propagandas na TV, Melo adotou o seguinte slogan: "Não voltemos para o passado". Embora já tenha uma certa idade, o economista graduado pela FES da UFAM representa, mesmo que não pareça, um fim ao reinado de Braga no comando do Amazonas. Além disso, o principal cabo eleitoral de Melo não está no comitê de sua coligação, mas sim na cadeira mais importante do Paço da Liberdade. Seu nome? Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto, que não tem medo algum de dizer que apóia o "Mestre dos Magos", como Melo é chamado pelos amazonenses.

Uma das perguntas que talvez mais se faça nessa eleição é a seguinte: cadê o Negão? Amazonino Mendes, o grande cacique e padrinho de Braga, Omar, Melo e de maioria dos políticos amazonenses, preferiu se manter em silêncio nestas eleições. Talvez pelo medo de enquanto apoiar um, ser duramente criticado pelo outro, fora o fato de estar com a saúde bem deteriorada desde o tempo em que ainda era prefeito de Manaus.

O fato é: o jogo político no Amazonas continua o mesmo. Talvez seja Marcelo Ramos que ainda represente uma esperança de renovação. Melo talvez, mas lhe pesa o passado de ter sido aliado de Braga junto com Omar. Quanto ao Cadeirudo... bom, o destino lhe reservará surpresas. Por agora, esperemos por 5 de outubro pra saber quem será empossado no dia 01 de Janeiro de 2015 no Teatro Amazonas.

Lucas Vítor Sena

domingo, 21 de setembro de 2014

Análise política contemporânea amadora - PARTE I

(Eu disse que aqui eu começaria a falar sobre política. Portanto, se você, na metade desse post, começar a se sentir ofendido ou magoadinho, dê meia-volta volver e pode fechar a aba ou a janela. É simples.)

No próximo dia 5 de outubro, quase 200 milhões de brasileiros irão às urnas para eleger o novo presidente da República, bem como os novos governadores de Estados, senadores, deputados federais e estaduais. Este é o primeiro post de uma pequena série de análises políticas sobre o atual cenário eleitoral brasileiro. Tentarei falar um pouco de cada candidato e o que pesa contra ou a favor deles.

Atualmente, quem concorre ao mandato de "chefão" do Brasil é Dilma Rousseff (PT), também presidente da República; Aécio Neves (PSDB), ex-senador e governador do estado de Minas Gerais; Marina Silva (PSB), Ministra do Meio Ambiente no mandato de Lula, que entrou na disputa após a morte do candidato Eduardo Campos, de quem era vice; além dos considerados "nanicos", como Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Everaldo Pereira (PSC), Zé Maria (PSTU), Rui Pimenta (PCO), José Maria Eymael (PSDC), Mauro Iasi (PCB) e por último, mas não menos importante, Luciana Genro (PSOL).

A polarização entre os três maiores, por mais que não se queira haver, existe. Dilma, Marina e Aécio disputam os votos de praticamente todo o Brasil. Enquanto Dilma tem garantidos os votos de quem é beneficiado pelos programas assistencialistas do governo petista, Aécio é considerado como a "voz da direita", que não quer mais quatro anos de governo petista, uma vez que 12 anos de PT já foram danosos demais para o Brasil. Marina, no entanto, parece ser a voz daqueles que foram às ruas em junho de 2013, que não se conformam com a atual polarização entre PT e PSDB. E a candidata pega esse gancho, usando como slogan de sua campanha a frase "Não vamos desistir do Brasil", dita por seu ex-companheiro de chapa e governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido num acidente aéreo ocorrido em Santos, em agosto deste ano.

A entrada de Marina na disputa eleitoral deu uma guinada nas pesquisas de intenções de votos. Antes de agosto, as pesquisas mostravam que haveria, como nos últimos 12 anos, um segundo turno entre o PT e o PSDB. No entanto, depois da entrada da acreana na campanha, os votos de Eduardo Campos foram todos para Marina e metade dos votos que pertenciam tanto ao PSDB quanto ao PT começaram a ir para ela. A reviravolta foi tamanha que as últimas pesquisas do Instituto Datafolha já mostram um segundo turno entre Marina Silva e Dilma Rousseff, que poderia ser vencido pela candidata do PSB. Aécio fica em 3° lugar nas pesquisas.

É perceptível a agonia de Dilma Rousseff e do PT só de pensar em descer a rampa do Palácio do Planalto no dia 01 de Janeiro de 2015. Por isso, os MAVs (Militantes de Ambientes Virtuais) do PT estão trabalhando a todo vapor num sistema de desinformação geral, equivalente, quiçá, aos serviços da Stasi da Alemanha Oriental, da KGB russo-soviética e até mesmo da SS nazista. Websites, blogs e outros meios estão sendo usados a todo vapor para calar os adversários e plantar informações falsas sobre eles. No entanto, pesa mesmo sobre o PT a participação num dos maiores escândalos de corrupção em toda a história do Brasil: o Mensalão, julgado no ano passado pelo Ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal. Além do Mensalão, pesa agora sobre o PT também a participação num escândalo que envolve a compra de uma refinaria em Pasadena, na Califórnia, que trouxe ainda mais desvalorização para a Petrobras. O escândalo já começa a ser chamado de Petrolão.

Sobre Aécio Neves, o PT planta as acusações de no governo do PSDB, chefiado por Fernando Henrique Cardoso, o Procurador-Geral da República ter sido chamado de "Engavetador-Geral da República". O PSDB responde com uma justificativa muito simples: por provas insuficientes, todos os processos dos quais membros do PSDB foram acusados foram arquivados. E o PT, com mais ódio e agonia ainda, destila toda a sua desinformação sobre Marina Silva, que continua a alcançá-los nas pesquisas. Sobre ela, o PT afirma que "acabará com a exploração do Pré-Sal" e que é financiada por uma banqueira, a educadora Maria Alice Setúbal, uma das herdeiras e acionistas do Banco Itaú, um dos maiores do Brasil.

Notável é que a disputa eleitoral a cada dia ferve mais. Faltam três semanas para que os brasileiros escolham o novo Presidente da República e até mesmo reelejam um presidente. Nestas três semanas, se todos estes candidatos quiserem subir a rampa do Planalto no dia 01 de Janeiro, terão que trabalhar incansavelmente para conquistar os votos dos brasileiros. Aécio Neves já sobe nas pesquisas. Marina está estacionada. Dilma caiu. Mas como dizia meu saudoso tio, "pesquisas não ganham eleições". Vamos esperar até o dia 06 para saber.

Lucas Vitor Sena

sábado, 20 de setembro de 2014

Back to the blog

(Última postagem: 3 anos atrás. Okay, preciso voltar a escrever no blog.)

Boa tarde, gente!

Três anos atrás, criei essa criança aqui pra ser um lugar onde eu pudesse desabafar. Embora eu tenha alguma vergonha do que comecei a escrever no 2° Ano (thanks, life ¬¬'), dá pra aproveitar alguma coisa. Não terminei "História da Redenção", embora quisesse muito terminar. Fica pra uma próxima vez.

De 2011 pra cá, minha vida mudou radicalmente. Não, não fiquei com a Melissa, que vocês devem ter lido aqui no blog. No entanto, somos amigos, mas há algum tempo não nos falamos. Passei pro 3° ano em 2012, e pela graça de Deus, fui aprovado no vestibular pra Comunicação Social - Jornalismo na Universidade Federal do Amazonas (podemos ouvir um amém aqui? rs).

2014 chegou, e trouxe algumas gratas surpresas. Um professor da faculdade, que acabou se tornando meu orientador, passou um trabalho prático para fazermos na disciplina dele, em 2013. Fizemos, e foi considerado um dos melhores da disciplina pela proposta dele. Era um jornal mural. No começo de março desse ano, meu professor me chamou e disse que queria levar nosso trabalho para a Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) Regional, que aconteceria no Congresso de Ciências da Comunicação da Região Norte, em Belém. Ele nos ajudou a reformular o artigo científico que acompanhava o jornal mural e nós fizemos uma segunda edição. Graças a Deus, ele foi classificado para a etapa nacional da Expocom, que rolaria entre 02 e 05 de setembro desse ano. Pena que não ganhamos. No entanto, o Divergente foi considerado um dos cinco melhores jornais murais do Brasil no ano de 2014. O trabalho da minha amiga, a revista customizada Emporium em Revista, o qual tive o prazer de apresentar nos dois congressos, foi vencedor das duas etapas.

Mas nem tudo são flores nessa vida. Há seis dias, tive o desprazer de ouvir a péssima notícia do falecimento de meu tio, aqui em Manaus. Há cinco, tive de enterrá-lo. Há quatro dias, fiz 18 anos. Um presente nada agradável, digamos assim. Mas tenho certeza que o verei novamente quando meu Jesus voltar. A dor é grande, mas a esperança é ainda maior.

Amadureci. Confesso que no meio do Ensino Médio, tinha algumas tendências políticas nada conservadoras. Tinha uma tendência meio socialista. Juro. Mas algumas pessoas me abriram os olhos, comecei a ler mais, e graças ao bom Pai, vim pro lado da direita. #EsquerdaNever. Acho que também vale dizer que conheci pessoas muito legais. Amigos que vou levar para a vida toda. Embora tenhamos algumas discussões políticas, a amizade supera. Pra quê perder uma amizade por dissensão política? Sou do bem, gente. Sou da paz. :D

Por fim, digo: o Diário de um Aluno do Ensino Médio vai continuar. Talvez com outro nome, talvez com esse mesmo. Sei lá. Mas agora não vão ser apenas textos de reflexão. Textos sobre política, denúncias y otras cositas más entrarão nessa bagaça também. Afinal, pra quê vai servir um jornalista se não for pra escrever mesmo?

(Cabô com essa palhaçada de "seu postador" :])

Lucas Vítor Sena